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Brasil Lula pode disputar a Presidência em 2018, diz o ex-governador petista Tarso Genro

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Tarso Genro quer frente suprapartidária. (Foto: Banco de Dados/O Sul)

Um dos principais quadros do PT, o ex-governador do RS Tarso Genro critica o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por propor, “de uma maneira muito oportunista e esperta”, a realização de plebiscito para a população decidir sobre a redução da maioridade penal.

Empenhado na criação de uma frente suprapartidária para alavancar a esquerda nas próximas eleições, Tarso disse que não tem esperanças de que ocorram mudanças na política econômica do governo da presidenta Dilma Rousseff. Para ele, o PMDB é um dos responsáveis por tornar o Congresso mais conservador.

Como você vê a atual conjuntura política do Brasil?

O governo aplica as mesmas medidas que todos os governos aplicaram até agora para enfrentar esse tipo de crise. Medidas de ortodoxia econômica e financeira que partem do pressuposto de que a única forma de combater a inflação e a única forma de revigorar a saúde financeira do Estado é reduzindo o crescimento, reduzindo despesas sociais, tratando a questão como puramente orçamentária. Isso, na minha opinião, é um equívoco.

Qual seria a alternativa?

Na minha concepção, é preciso reestruturar o sistema tributário, reescalonar as alíquotas de imposto de renda, instituir taxação das grandes fortunas e das grandes heranças, para que, pelo menos, os efeitos da recomposição econômica e da retomada do crescimento sejam distribuídos para toda a sociedade e que as penas também sejam distribuídas para todos.

O problema do presidencialismo de coalizão também não está no peso do PMDB no governo?

Os partidos são reflexo do sistema político. Não é correto pôr a culpa no PMDB. Sua hegemonia sobre o governo é reflexo do padrão de democracia política que temos, do nosso sistema partidário e do nosso sistema político. Ele é um partido que vem desde a história do regime militar e que hoje não tem a mínima unidade em nenhum ponto fundamental. Não tem liderança superior que o agregue. É um partido totalmente regionalizado que se constituiu em cima da luta pela democracia política. O PMDB é produto desse processo distorcido e não o responsável por ele.

A que o senhor atribui essa independência do Congresso, que impõe derrotas ao Executivo?

A relação estabelecida com determinado tipo de governo se esgotou. Isso leva o PMDB a estar mais dividido e a, portanto, se articular para pressionar mais o governo em função dos interesses fracionários. Tanto é verdade que nem mesmo a pressão do PMDB é uma pressão unitária. Ela é fragmentada em diversas lideranças e em diversos interesses. É o que tem ocorrido, na reforma política, na apuração dos casos de corrupção, na questão das terceirizações. Não creio que essa questão possa ser resolvida a partir da análise de independência do Congresso. Depois da Carta de 1988, o Congresso sempre foi independente e faz o movimento que reflete o interesse das maiorias que são formadas.

Há uma tendência conservadora?

O PMDB construiu uma maioria conservadora no Congresso. Essa maioria está retratada não apenas nos temas que referem aos direitos da cidadania, às questões relacionadas com a condição sexual das pessoas, aos interesses do mundo do trabalho, como também na negativa de fazer uma reforma política séria. Tudo isso está pautado por esse arco conservador que o PMDB dirige e orienta em cada tema, mas sempre de maneira fragmentada e negociada internamente.

Como o senhor avalia o gesto de Eduardo Cunha de não colocar uma reforma política em plebiscito e afirmar que o fará com a redução da maioridade penal?

O pensamento majoritário da sociedade, quando está assediada pela criminalidade, é simplista. Ela tende a acreditar que mais repressão e mais pena, seja para quem for, vai reduzir a criminalidade. Como todas as pessoas que não têm um projeto de visão de mundo estabelecida, de como quer o futuro da sociedade, o programa ou a utopia que defende, Eduardo Cunha vai ao sabor dessas circunstâncias. Quando ele se nega a plebiscitar a reforma política e se dispõe a plebiscitar a redução da maioridade penal, especula com essa situação.
É perfeitamente natural que as pessoas assediadas pela violência, principalmente nas grandes regiões metropolitanas, tenham uma visão imediatista. É o mesmo que colocar em consulta popular se a taxa de juros deve ser de 10% ou de 0,5%. Sabemos qual é a resposta: será 0,5%. De uma maneira muito oportunista e esperta, é isso que o deputado Eduardo Cunha faz.

O presidente Lula tem condições de disputar a eleição de 2018?

Já falei com ele sobre isso. Ele não diz nem que sim nem que não. Acho que faz muito bem em adotar essa posição. O Lula tem responsabilidade muito maior do que a sua relação com o PT, inclusive no esforço de dar estabilidade para a presidenta Dilma governar. Eu, por exemplo, não concordo com o ajuste, mas estou disposto a dar condições de governabilidade. Não tenho influência para isso, mas, no que depender de mim, quero ajudar. O Lula inspira essa posição. Não descarto que possa se apresentar, mas isso será discutido, evidentemente, após 2016. (AG)

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https://www.osul.com.br/lula-pode-disputar-a-presidencia-em-2018-diz-o-ex-governador-petista-tarso-genro/ Lula pode disputar a Presidência em 2018, diz o ex-governador petista Tarso Genro 2015-06-09
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