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Mundo “Lula precisa dizer a Maduro que é hora de ir embora”, diz a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz

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A líder da oposição venezuelana María Corina Machado segue clandestina, em local desconhecido. (Foto: Reprodução)

Quando o aposto para se referir a ela mudou, e a líder da oposição venezuelana María Corina Machado passou a ser mundialmente conhecida como a nova Nobel da Paz, uma dúvida surgiu de imediato. A láurea poderia acelerar um processo de derrocada de Nicolás Maduro?

Para a própria Nobel, “este dia está próximo”, e há um protagonista responsável por isso. “O presidente Trump está fazendo muito para que isso aconteça”, diz ela em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, a primeira feita a um veículo brasileiro desde que o Comitê Norueguês a contactou na madrugada do último dia 10 para comunicar sobre a premiação.

Na prática, o Nobel não alterou o dia a dia da líder opositora. María Corina segue clandestina, em local desconhecido, mas que afirma ser em território venezuelano. Entre aliados, diplomatas e jornalistas, especula-se ser uma embaixada. Isolada, afirma não encontrar presencialmente os filhos há dois anos.

Nesta conversa realizada por videochamada, ela aparece à frente de uma parede branca, o único cenário no qual é vista desde janeiro, quando brevemente rompeu a clandestinidade, foi à rua para um protesto e, em um dia de circunstâncias ainda nebulosas, relatou ter sido detida e depois liberada pelo regime.

María Corina, 58, defende as ações do governo Trump no mar do Caribe, que já mataram quase 30 supostos narcotraficantes, e nega que tivesse conhecimento da autorização dada por Washington à CIA para conduzir ações contra Maduro em solo.

Sobre o Brasil, afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa agir e usar o fino canal de comunicação que ainda tem com o regime para aconselhar Maduro a ir embora. Ela diz que, uma vez no poder, defenderia a integração sul-americana. Logo, adenda: “O Brasil tem uma enorme responsabilidade regional e não pode ser indiferente ao que ocorre na região. Precisamos garantir que nunca mais uma tragédia como a da Venezuela se repita em nosso continente.” Leia abaixo alguns trechos da entrevista.

– Em 2023, o Prêmio Nobel foi concedido à iraniana Narges Mohammadi, que estava presa naquele momento. A sra. não está detida, mas vive de forma clandestina. Sente que tem alguma liberdade? Como está sua vida?Estou em isolamento físico total. Já faz 14 meses que estou absolutamente sozinha. Obviamente, me fornecem alimentos, mas estou completamente sozinha. E isso, claro, também me obrigou a refletir sobre essa nova forma de luta e a encontrar mecanismos para me comunicar com os venezuelanos e com o mundo, graças a Deus, por meio da tecnologia.”

– Sair do país, como fez seu aliado Edmundo González, ainda não é uma opção? “Se há um momento em que quero e devo estar na Venezuela, é agora.”

– Nenhum membro da sua família permanece em Caracas. Como se sente? “Sinto alívio por eles terem aceitado sair. Minha mãe não queria ir embora. Ela me disse: ‘Não vou te deixar sozinha’. E eu respondi: ‘Você vai sim, mamãe. Por favor, por mim, te peço que vá’. Foi muito difícil. Morro de vontade de abraçá-los.”

– Há quanto tempo não vê seus filhos? “Em dezembro, dois anos. Meu marido, minhas irmãs, meus companheiros que estão presos… É uma experiência extrema que a vida me impôs, mas que me fez valorizar muito mais o que significam a família, a liberdade, poder caminhar e estar em seu próprio país. E o que significa olhar nos olhos, sabe? Poder ver alguém ao vivo, sem que sempre haja uma tela no meio.”

– Que tipo de segurança seria necessária para a sra. deixar a clandestinidade? “A libertação da Venezuela. É a única coisa de que preciso.”

– A sra. sabia da decisão do presidente Donald Trump de autorizar a CIA a realizar ações secretas na Venezuela? O que pensa disso? “A operação que os Estados Unidos estão conduzindo é estritamente dirigida por eles, na qual nós não estamos envolvidos.”

– A sra. sempre foi muito crítica sobre o papel do Brasil na questão venezuelana. Os asilados na embaixada argentina em Caracas, que estavam sob responsabilidade brasileira, saíram com ajuda dos Estados Unidos, sem que o Brasil soubesse. O que pedem que o Brasil faça agora? “Se há um momento de definições, é este. Aqui não há meios-termos. Há um povo que exerceu sua soberania em condições absolutamente extremas, injustas, ilegais – condições que vocês, no Brasil, jamais aceitariam. Do outro lado, está o cartel do narcoterrorismo, com Maduro e um grupo muito pequeno de civis e militares do alto escalão que estão fazendo fortunas obscenas à custa da fome do nosso povo. Diante disso, não há lugar para neutralidade, nem para silêncio. A história será implacável.”

– Além de não se calar, de forma prática, o que o Brasil pode fazer para ajudar em um momento de transição? “Acho que, neste momento, apesar das diferenças evidentes que surgiram entre o governo do Brasil e Nicolás Maduro – porque é claro que ele ultrapassou todos os limites, rompendo até antigas alianças –, ainda existem canais. Seria muito útil que o presidente Lula, assim como os demais chefes de Estado do continente, enviasse uma mensagem clara a Maduro: ‘Chegou a sua hora de ir embora. Acabou. Vá, para o seu próprio bem, Maduro. Aceite isso’.” As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

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https://www.osul.com.br/lula-precisa-dizer-a-maduro-que-e-hora-de-ir-embora-diz-a-ganhadora-do-premio-nobel-da-paz/ “Lula precisa dizer a Maduro que é hora de ir embora”, diz a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 2025-10-17
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