Sexta-feira, 09 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 8 de maio de 2025
Uma fala da ministra Gleisi Hoffmann sobre a anistia gerou um alerta a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que repassaram a mensagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente foi informado da indignação que a afirmação de Gleisi gerou na Corte e recebeu o recado de que qualquer apoio do governo à investida do Congresso Nacional de interferir nas sentenças do 8 de Janeiro estabelecidas pelo Supremo abriria uma grande crise com o tribunal.
Poucas horas depois de admitir debater a redução de pena aos condenados do 8 de Janeiro, Gleisi Hoffmann concedeu entrevistas e foi às redes sociais dar explicações sobre sua afirmação. Ela disse que fez uma fala “mal colocada” e reiterou que é prerrogativa do STF definir as penas dos condenados pelos ataques golpistas.
“Eu fiz uma fala que ficou mal colocada mesmo, no sentido de dizer que o Congresso tem legitimidade para fazer qualquer debate, inclusive, discutir o que acha sobre as penas. Mas qualquer revisão criminal cabe exclusivamente ao Poder Judiciário, sendo que, no caso do 8 de janeiro, o responsável por isso é o STF”, disse Gleisi ao portal O Globo.
A ministra também reforçou que o projeto de anistia que tramita na Câmara não visa atender às “tiazinhas do 8 de janeiro”. Ela afirmou, em tom crítico, que a proposta busca favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro e os generais que participaram de seu governo e hoje respondem pela tentativa de golpe de Estado na Justiça.
Magistrados do STF sinalizaram não querer escalar a crise com o governo federal, após a fala de Gleisi, mas afirmam que estão atentos sobre os novos posicionamentos da ministra das Relações Institucionais sobre o tema. Gleisi é a responsável pela articulação política entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.
Grupo pede arquivamento
A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, recebeu nesta quarta-feira (7) representantes do ato contra anistia no Congresso.
Uma comitiva composta por organizações e parlamentares afirma ter coletado e entregue mais de 180 mil assinaturas pela campanha “Sem anistia para golpista”, que foram deixadas no local em que se encontra o busto do ex-deputado federal Rubens Paiva, morto durante a ditadura militar.
O movimento é relativo ao projeto de lei que visa beneficiar os condenados aos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. O obetivo é arquivar a proposta. Apesar da presença da polícia, nada foi protocolado. As informações são dos portais O Globo e CNN.