Notícias Lula reconhece que se excedeu nas críticas ao PT
Por Redação O Sul | 26 de junho de 2015
Após afirmar que petistas “só pensam em cargo”, o ex-presidente Lula reconheceu ter se excedido nas críticas públicas que fez ao PT e ao governo Dilma Rousseff. Em conversas com aliados, também admitiu que suas declarações prejudicam a imagem da sigla, em vez de ajudá-la.
Lula alegou, no entanto, que a imprensa exagerou o tom de sua avaliação e que não tinha ideia de que a repercussão seria tão grande. Essa mea-culpa foi relatada pelo presidente do PT, Rui Falcão, durante uma reunião da cúpula do partido, em São Paulo. Segundo participantes da reunião, Falcão afirmou que Lula se comprometeu a trabalhar mais pela pacificação interna do partido e que cumprirá uma agenda para fortalecimento da sigla. A primeira tarefa será um encontro com parlamentares petistas na próxima segunda-feira, em Brasília.
No início desta semana, Lula pregou uma “revolução” no partido, afirmando que os petistas querem salvar a própria pele. Seu discurso provocou tanta reação que até a presidenta Dilma Rousseff teve que sair em sua defesa. Falcão tentou minimizar o impacto dessas declarações. Afirmou, em entrevista, que o caso não foi tema de debate. Apesar da tentativa de aplacar a crise, o partido atendeu à cobrança de Lula e divulgou um texto vigoroso em que cobra “reorientação” da política econômica implementada pelo governo: “Avultam entre estas providências a redução da meta de superávit fiscal, a imediata reversão da elevação da taxa de juros praticada pelo Banco Central e a taxação das grandes heranças, das grandes fortunas e dos excessivos ganhos financeiros”, diz o texto redigido por Falcão, em consonância com demais dirigentes petistas.
O PT reivindica ainda a “aceleração da negociação com centrais sindicais para lançamento de um plano de proteção ao emprego”. A executiva do PT ataca ainda a atuação da Justiça, da Polícia Federal e do Ministério Público na Operação Lava-Jato. Segundo o documento, há uma “ação ilegal, antidemocrática e seletiva” de agentes públicos em um “espetáculo jurídico-político-midiático”. (Folhapress)
