Quinta-feira, 02 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de setembro de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nessa segunda-feira (29) que pretende levar a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, para um eventual encontro com o líder americano Donald Trump, que ainda não tem data definida. Com isso, o presidente sinaliza que o encontro com Trump será presencial, e não remoto, como vinha sendo proposto pelo lado brasileiro.
Lula discursou na abertura da 5ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, em Brasília. Em sua fala, Lula lembrou do papel de sua ex-mulher, Marisa Letícia, morta em 2017, na fundação da Central Única dos Trabalhadores (a CUT) e, em seguida, passou a agradecer à atual esposa, Janja.
“Eu brinco muito com a Janjinha dizendo para ela que a Unesco já me deu uns dez prêmios para ela de mulher mais bem casada do planeta Terra. E quando eu for conversar com Trump, eu vou levá-la. Eu quero que ele veja”, afirmou Lula a uma plateia majoritariamente formada por mulheres. Ela, por sua vez, brincou ao fazer o sinal negativo com a mão.
A conversa com Trump foi proposta durante um brevíssimo encontro de cerca de 30 segundos entre os dois líderes na Assembleia Geral das Nações Unidas, na semana passada, em Nova York. Havia a sinalização por parte do Itamaraty de que a conversa seria feita de maneira remota, por telefone ou videoconferência, para evitar constrangimentos públicos similares aos que Trump causou a líderes como Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, e Cyril Ramaphosa, da África do Sul, na Casa Branca.
Durante a abertura do evento, Lula sancionou uma lei para prorrogar a licença-maternidade em até 120 (cento e vinte) dias após a alta hospitalar do recém-nascido e da mãe.
O presidente também disse que a implementação da lei da igualdade salarial entre homens e mulheres vai levar tempo e demandar luta social.
“Entre a gente aprovar uma lei, a gente regulamentar e as mulheres começarem a receber o salário igual vai ter muita briga, vai ter muito processo, vai ter muita Justiça, porque é difícil você fazer as pessoas mudarem de hábito quando se trata de colocar um pouquinho de din-din na mão do povo trabalhador”, disse Lula.
Instantes antes do evento, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, já havia dito que Lula cobra da pasta a implementação da norma, sancionada em julho de 2023, mas ainda com poucas repercussões práticas. A ministra disse que vai levar ao Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o chamado Conselhão, propostas para efetivar políticas de igualdade salarial. No Brasil, as mulheres recebem em média 20,9% a menos do que os homens nas mesmas funções, de acordo com dados da mais recente edição do Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios.
Antes de proferir seu discurso, Lula ouviu uma série de demandas de representantes de movimentos feministas, como a ampliação do direito ao aborto, cotas para mulheres e trans no Concurso Nacional Unificado e a indicação de mulheres e travestis para o Supremo Tribunal Federal. Hoje, só há uma mulher na Corte, a ministra Cármen Lúcia, e Lula, em seu terceiro mandato, indicou dois ministros (Cristiano Zanin e Flávio Dino). Uma próxima indicação só ocorreria em 2028, quando o ministro Luiz Fux se aposentaria compulsoriamente. As informações são do jornal O Globo.