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Brasil Lula volta a criticar Dilma

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Ex-presidente (C) reuniu-se com o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro (D), e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (E), para discutir a aplicação do Plano Nacional da Educação. (Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula)

Depois da confissão, a aula. Seguindo o ritmo de críticas à presidenta Dilma Rousseff e dos encontros com movimentos sociais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (26), para uma plateia de educadores e políticos da área que pouco se fala no PNE (Plano Nacional da Educação). “Sancionado como se fosse uma coisa qualquer”, de acordo com Lula, por sua sucessora, Dilma Rousseff, em 2014, o PNE deve ser usado daqui em diante como “instrumento político”.

O encontro, que teve a presença do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, e do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), ex-titular da pasta, aconteceu na semana seguinte à reunião com religiosos, onde Lula já havia dito que “o PT não conhece o Plano Nacional da Educação” que o próprio partido aprovou. Também participaram secretários municipais e estaduais da pasta, sindicatos de professores e entidades estudantis.

“Como nossa cabeça em junho de 2014 estava voltada para as eleições, isso aqui [PNE] foi sancionado como se fosse uma coisa qualquer. Não houve um ato, não houve uma convocação, uma grande manifestação, para lançar um plano de educação dessa envergadura. Isso passou lá, ninguém deve ter falado para a presidenta que isso era importante. [Dilma] foi lá, tem que sancionar 50 coisas, sancionou, e a gente não fez um ato” – disse Lula durante a reunião, que ocorreu no instituto que leva seu nome, em São Paulo.

Ao grupo, o ex-presidente disse estar assustado com a falta de ação e afirmou que o PNE, que completou um ano na quinta-feira (25), deve ser usado pelo PT e pelos movimentos sociais como um “instrumento político” para sair do foco econômico.

“Eu fiquei assustado porque uma coisa dessa envergadura foi aprovada e o partido e o movimento social, a gente pouco fala disso. E eu saí daqui com a ideia de transformar esse plano em um instrumento político que envolvesse os governos federal, estaduais e municipais. Um instrumento político que pudesse fazer com que o movimento sindical e movimento social saíssem da luta eminentemente economicista e passassem discutir outras coisas importantes que estão na pauta da sociedade, estão no nosso nariz.”

Lula pediu empenho aos políticos para o cumprimento das metas do projeto e que os movimentos cobrem a execução. O prazo, previsto na lei do PNE, para elaboração dos planos municipais e estaduais terminou na quarta-feira. Segundo o Ministério da Educação, cerca de 90% dos municípios aprovaram os projetos de lei.

Em meio à crise do partido e do governo, e dos pedidos de renovação do quadro, Lula deixou claro que a estratégia é apostar no PNE para tentar reverter a situação. Para ele, o plano é “a chance de começar uma pequena revolução”. “Como a presidenta resolveu colocar como marca de seu segundo mandato a questão da educação, com o slogan do ‘pátria educadora’, como nós já tínhamos previsto que 75% dos royalties do pré-sal vão ser destinados para a educação, significa que nós temos tudo para resolver o problema.”

O ex-presidente também pediu mudança do discurso e uma “postura mais agressiva” dos petistas. “Eu acho que a gente deveria mudar um pouco nosso discurso. Toda vez que a gente tiver um prefeito nosso, a começar dos nossos do PT, que disser que ‘a educação na minha cidade é do cacete’, a gente vai ter que perguntar se o filho dele está nessa educação do cacete ou está em uma que não presta particular. E assim vale para o governador: ‘Ah, meu filho, minha escola é tão boa, você nem imagina como é boa’. Onde estuda teu filho? Está nessa escola que você acha que é boa para o filho dos outros? E não é para o teu? Eu acho que nós temos que ter uma postura mais agressiva para a gente começar a responder uma solução definitiva para a educação do Brasil.”

Lula também fez referência aos manifestantes contrários ao governo. Para ele, “talvez” sejam os mesmos que protestaram contra o Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais). “Quando a gente foi fazer o Reuni, que era uma bagatela de aumentar o número de alunos por professores de 12 para 18, como era o modelo francês, nós tivemos talvez parte desses que fazem passeata na [avenida] Paulista. Quebraram reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, invadiram reitoria de várias universidades, quebraram, prenderam reitor dentro, porque não queriam que a gente colocasse 18 alunos por professor porque ia diminuir a qualidade do ensino.”

Questionado, após a reunião com Lula e Haddad, se a crise econômica atual não poderia atrapalhar a implantação do PNE, Janine disse que o aperto orçamentário é passageiro. “O aperto orçamentário é neste ano. Esse plano vai até 2024, nós temos 12 anos de sucesso na expansão de educação, com recursos cada vez maiores, com número de estudantes universitários que passou de 3 milhões e pouco para quase 8 milhões. Nós estamos em uma rota que, superadas as dificuldades econômicas, vai retomar. (AG)

tags: educação

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