Quarta-feira, 01 de maio de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
19°
Light Rain with Thunder

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Madagascar começa a exportar uma suposta bebida milagrosa que curaria o coronavírus

Compartilhe esta notícia:

Pacotes de Covid Organics, produzido em Madagascar. (Foto: Stringer/Reuters)

Enquanto o mundo corre atrás de uma vacina ou medicamento contra o novo coronavírus, Andry Rajoelina, presidente de Madagascar, apresentou há cerca de um mês, uma bebida orgânica, à base da planta artemísia, que seria a cura milagrosa para a doença. Diante de ministros e embaixadores, Rajoelina assegurou que a infusão foi testada em 171 pacientes, dos quais 105 foram curados e, para provar sua eficácia, ele mesmo bebeu a “Covid Organics”, como a bebida foi chamada. Pouco tempo depois, outros chefes de governo africanos elogiaram o medicamento, e alguns chegaram a importar a bebida, feita da mesma planta utilizada no tratamento da malária, além de outras ervas.

Coincidentemente, a bebida foi apresentada ao mundo dias após a veiculação de uma reportagem na TV estatal, onde uma vidente brasileira, que não é identificada, dizia que o país traria a cura para uma doença mundial.

Este chá de ervas dá resultados em sete dias”, garantiu o presidente, em cerimônia no Instituto Malgaxe de Investigação Aplicada (IMRA, na sigla em inglês), que desenvolveu o medicamento. “Vou ser o primeiro a beber isto hoje, na frente de todos, para mostrar que este produto cura e não mata.”

Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheça que algumas das ervas podem aliviar sintomas do coronavírus, ressalta que ainda não há provas que sustentem que a artemísia possa prevenir ou curar a doença. Estudos recentes chegaram a indicar que a planta provou ser ligeiramente mais eficaz do que a hidroxicloroquina no combate à doença — até pouco tempo considerada por alguns cientistas como um potencial medicamento contra a Covid-19.

Estamos em contato com o governo de Madagascar”, reconheceu na semana passada Matshidiso Moeti, diretora regional do escritório da OMS na África. “Nós oferecemos apoio ao projeto de um estudo para analisar esse produto [Covid Organics]. Estamos em discussão para descobrir o caminho a seguir.”

Um grupo de cientistas alemãs e dinamarqueses do Instituto Max Planck, em Potsdam, na Alemanha, também tenta verificar se os extratos da artemísia de fato podem ser utilizados para combater o novo coronavírus. Em entrevista à rede Deutsche Welle, o coordenador da pesquisa, Peter Seeberger, contou que anualmente mais de 300 milhões de pacientes tomam medicamentos à base de artemísia, e que seu efeito benéfico potencial não se limita à malária.

O princípio ativo também foi testado com bastante sucesso contra outras doenças”, explica o químico. “Por exemplo, há relatos de que a artemísia é eficaz contra o primeiro coronavírus, o SRA-CoV.”

Mas, antes mesmo da conclusão das pesquisas, e apesar dos alertas de cautela da OMS, vários países africanos já encomendaram e receberam carregamentos da cura milagrosa malgaxe, como Guiné-Bissau, Tanzânia, Togo e Chade. Rajoelina não apresentou estudos científicos que comprovem a eficácia do medicamento, e diz que só está sendo questionado porque o chá foi criado num país insular da África Oriental e não na Europa.

O mundo nunca seria capaz de admitir que um país como Madagascar tenha desenvolvido uma fórmula capaz de salvá-lo.”

Em nota, divulgada no começo de maio, a OMS lembrou que “a África tem uma longa história em matéria de medicina tradicional e dos seus praticantes, que desempenham um papel importante na prestação de cuidados às populações”.

As plantas medicinais, como a Artemisia annua, estão sendo consideradas como possíveis tratamentos para a Covid-19 e devem, por isso, ser testadas para determinar a sua eficácia e os seus efeitos adversos. Os africanos merecem usar medicamentos testados segundo os mesmos padrões aplicados no resto do mundo.” As informações são do jornal O Globo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Estudo francês que listava benefícios da hidroxicloroquina contra o coronavírus é retirado do ar pelos próprios autores
A Espanha anuncia que reabrirá suas fronteiras para o turismo
https://www.osul.com.br/madagascar-comeca-a-exportar-suposta-bebida-milagrosa-que-curaria-coronavirus/ Madagascar começa a exportar uma suposta bebida milagrosa que curaria o coronavírus 2020-05-23
Deixe seu comentário
Pode te interessar