Sexta-feira, 31 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2015
 
				A Justiça negou o pedido de afastamento do juiz responsável pelo processo do assassinato do menino Bernardo Boldrini, nesta segunda-feira (25). A solicitação foi apresentada pela madrasta do menino, Graciele Ugulini, alegando que existia tratamento diferenciado do magistrado Marcos Agostini com diferentes réus no processo que prejudicaria Graciele. Os réus no processo serão ouvidos na quarta-feira (27), na comarca de Três Passos. O pedido de afastamento será analisado agora pelo TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul).
Conforme divulgou o TJ-RS, no pedido, a defesa de Graciele alega que está sendo desprestigiada pelo magistrado na condução do processo e que há tratamento diferenciado entre as partes, com privilégio à acusação em detrimento da defesa. O advogado cita decisão do juiz Agostini, que determinou a busca e apreensão dos autos do processo no escritório do advogado, taxando-a de ilegal e arbitrária. Também considera que o magistrado contribui para “a espetacularização” do fato na imprensa, ao permitir que as audiências sejam acompanhadas por repórteres e em razão de estar sendo realizado credenciamento de veículos de imprensa para acompanhar a audiência de interrogatório. Em razão desses fatos, o Juiz seria suspeito, por ausência de imparcialidade, para prosseguir exercendo suas funções no processo.
Ao analisar o pedido, o juiz considerou que as alegações apresentadas não encontram correspondência às causas estabelecidas nos mencionados dispositivos legais para configuração de impedimento ou suspeição. Quanto aos indeferimentos de eventuais pedidos das partes, o magistrado considerou não ser possível configurar causa de suspeição ou impedimento, sob pena de inviabilizar o processamento das ações penais.
O magistrado justificou que autorizou a busca e apreensão do processo no escritório do advogado para acelerar o andamento do processo, uma vez que existem réus presos. Sobre o tratamento diferenciado, o juiz alegou que os pedidos sem resposta estavam em poder do Ministério Público. Um destes pedidos referia-se ao pedido de esclarecimentos da perícia feitos pela defesa.
Sobre o acesso da imprensa ao interrogatório dos réus, o a decisão alega que o processo é público e que não foi determinado o segredo de Justiça.
Reabertura de inquérito
A Justiça determinou a reabertura do inquérito que apurou as causas da morte da mãe de Bernardo, Odilaine Uglione. O inquérito de 2010 apontou que ela teria se matado com um tiro na cabeça, mas a família apresentou uma perícia particular, que motivou a reabertura do caso. A carta de suicídio, de acordo com o laudo, teria sido escrita pela secretária de Leandro Boldrini.