Domingo, 16 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de novembro de 2025
O gesto de Maduro ocorre em meio ao aumento da tensão entre Caracas e Washington.
Foto: ReproduçãoO presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um novo apelo de paz aos Estados Unidos neste sábado (15), ao interpretar a canção Imagine, de John Lennon, durante um comício na cidade de Miranda.
As imagens do ato mostram o líder chavista cantando o refrão da música enquanto reforçava a necessidade de “fazer tudo pela paz”, segundo ele próprio declarou durante o evento.
O encontro, realizado para empossar comitês de base bolivarianos, reuniu apoiadores e autoridades do governo. No palco, Maduro citou Lennon ao pedir “paz, paz, paz” e, em seguida, voltou-se ao ministro da Comunicação, Alfred Nazareth, para recordar o trecho “Imaginem todas as pessoas”. Com a música tocando nos alto-falantes, integrantes do governo fizeram o tradicional gesto de paz com as mãos.
A canção, lançada na década de 1970 por John Lennon e Yoko Ono, tornou-se um hino mundial por idealizar um cenário pacifista baseado na união entre os povos. Entre seus versos mais conhecidos estão referências a um mundo sem fronteiras, conflitos ou desigualdades: “Imagine que não existem países… nada pelo que matar ou morrer”.
O gesto de Maduro ocorre em meio ao aumento da tensão entre Caracas e Washington. O governo venezuelano critica a intensificação da presença militar dos Estados Unidos no Caribe, que vem se ampliando nas últimas semanas.
De acordo com a CNN, no mesmo evento, o presidente voltou a reagir à mobilização americana após o anúncio de que Trinidad e Tobago realizará, a partir deste domingo (16), exercícios em conjunto com forças dos EUA.
Para a administração Trump, as operações têm como objetivo combater narcotraficantes na região. Caracas, porém, sustenta que as manobras representam uma tentativa disfarçada de enfraquecer ou derrubar o regime venezuelano.
Maduro tem repetido que a defesa da paz é uma resposta necessária em um momento que considera de ameaça externa.
Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira (14) que já tomou uma decisão sobre o que fará em relação à Venezuela, mas que “não pode dizer” o que ele decidiu. Maduro é considerado por Washington como um “narcoterrorista” por, supostamente, chefiar um grupo que atua no tráfico de drogas, o Cartel de los Soles.
A declaração ocorreu um dia após o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, anunciar uma operação militar chamada ‘Lança do Sul’, que teria o objetivo de combater o que ele chamou de “narcoterroristas” e proteger o país das drogas.
Trump conversou com repórteres a bordo do Air Force One, o avião oficial da Presidência norte-americana. O alvo exato da Lança do Sul não foi informado, mas ela será realizada com o Comando Militar Sul, que realiza operações no Caribe e na América Latina.
Os EUA tem intensificado a presença de navios e aviões de guerra perto da costa da Venezuela, num movimento que o governo de Nicolás Maduro, em Caracas, considera preparatório para uma eventual invasão.
Segundo o jornal “The Washington Post”, Trump, Hegseth e militares de alta patente discutiram potenciais ações militares na Venezuela a portas fechadas na Casa Branca nos últimos dois dias. Apesar de ter estacionado navios de guerra perto do litoral do país e ter atacado barcos supostamente usados para transportar drogas, nenhum ataque direto foi feito ao território venezuelano.