Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 19 de novembro de 2015
A mãe de Bilal Hadfi, um dos terroristas suicidas que detonaram coletes-bomba do lado de fora do Stade de France, afirmou dez dias antes dos atentados em Paris, na França, que tinha medo de que seu filho de 20 anos fosse “explodir de um dia para o outro”, ao descrevê-lo como uma “panela de pressão”, informou ontem o jornal La Libre Belgique.
A mulher, Fatima, concedeu uma entrevista no dia 3 deste mês, na qual disse ter medo de receber uma mensagem com o anúncio da morte de seu filho.
Hadfi, 20 anos, era o filho mais novo de Fatima. Seu pai faleceu há oito anos. Ele tinha dois irmãos e uma irmã. De nacionalidade francesa, Hadfi vivia com sua família há anos na Bélgica, onde moraram em uma residência popular em Bruxelas até se mudarem para outro apartamento na própria capital belga.
O jovem viajou subitamente no dia 15 de fevereiro para a Síria sem avisar sua família, fingindo ter ido ao Marrocos para recarregar as baterias.
A mãe relatou há duas semanas que, um dia antes, seu filho a visitou pela última vez, mas não se comportou como sempre. “Tinha os olhos vermelhos e me abraçou”, contou. Fatima está convicta de que ele sabia que era uma viagem sem volta.
Fatima desconhecia com que pessoas seu filho mais novo se relacionava, mas notou mudanças em seu comportamento, porque deixou “de fumar cigarros e haxixe” e “jejuou nas segundas-feiras e nas quintas-feiras para pedir perdão a Deus”. Mas a mãe via como positivo que ele se arrependesse e deixasse o álcool e a drogas.
Hadfi jamais disse onde estava, mas pediu a sua mãe que se unisse a ele na Síria para participar da criação do EI (Estado Islâmico). Queria que ela rompesse todos os laços com a Bélgica, a qual chamava de “país dos infiéis”.
Em 8 de março, a polícia belga entrou no apartamento de Fatima para uma operação de busca e apreensão e deteve seu filho mais velho. Desde então, Bilal Hadfi está registrado em uma lista do Órgão de Coordenação para a Análise das Ameaças. Sua mãe garantiu antes dos atentados que não tinha notícias de seu filho havia três meses.