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Mundo Mãe e filho brasileiros separados nos Estados Unidos se reuniram e começaram vida nova

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Eles foram separados pela política de tolerância zero para imigrantes ilegais. (Foto: Reprodução)

Um mineirinho que adora o mar, Diogo brinca como qualquer criança na praia de Hyannis, um pequeno balneário no Estado de Massachusetts, nos EUA. A vida recomeça para ele junto com a mãe Lídia, de quem ficou afastado quase um mês. Eles foram separados pela política do governo Donald Trump de tolerância zero para imigrantes ilegais.

No abrigo, Diogo completou nove anos sozinho, cercado por estranhos. “Foi muito ruim. Não me deram bolo, não teve festa”, conta ele. A mãe ficou presa 11 dias sem saber onde estava o filho. Depois de solta, procurou advogados de imigração e conseguiu de um juiz federal uma sentença pela liberação imediata do menino. Nem todas as mães tiveram a mesma sorte. Duas mil crianças ainda estão separadas dos pais por causa da política de Trump.

Prisão

Lidia foi presa na fronteira com o México no final de maio, quando tentava ingressar com o filho nos Estados Unidos. Ela foi para uma prisão, no Texas. Ele, para uma instituição em Chicago. Ao deixar a cadeia, em 9 de junho, a brasileira de 27 anos solicitou refúgio no país, alegando risco para sua vida no Brasil, e se embrenhou por duas semanas em uma investigação para saber onde Diogo estava abrigado. “Vim por necessidade”, afirmou ela, que traz o nome do filho tatuado no pulso, ao jornal “The New York Times”.

Os agentes de imigração a fizeram preencher quase 40 páginas de documentos, que disseram ser necessários para recuperar a guarda do filho. Pouco depois, alegaram que as regras haviam mudado e que todos os membros da família residentes nos Estados teriam de ser fichados. Mais documentos foram pedidos.

Passada a etapa burocrática, ela tentou encontrar Diogo por meio de um número de telefone que as autoridades haviam lhe passado. Não conseguiu contatar ninguém. Lembrou-se, então, que conhecera na prisão, uma mulher também separada de sua filha. Ao localizá-la pelo Facebook, a ex-companheira de cadeia disse que sua filha havia conhecido um menino chamado Diogo em um abrigo em Chicago.

Em sua saga, Lidia mudou-se para a casa de parentes nos arredores de Boston e visitou Diogo no dia 26 de junho, pela primeira vez. Eles se abraçaram, e ela o beijou diversas vezes na cabeça e no rosto. Os dois choraram.

“Eu estava com muitas saudades de você”, disse ela. Diogo afirmou estar “melhor agora”. A visita durou uma hora. Depois, o menino retornou para a custódia do governo americano. “Ele chorou muito na hora de dizer tchau. Ele pensou que ia para casa com a gente”, relatou Lidia na ocasião.

Ordem

Um juiz federal da Califórnia emitiu uma ordem para obrigar o governo Trump a devolver mais de 2.000 crianças imigrantes a suas famílias em um prazo de 30 dias. No caso de crianças menores de cinco anos, o prazo cai para 14 dias. Há ao menos 51 crianças brasileiras em abrigos dos Estados Unidos, a maioria delas em Chicago.

O governo brasileiro demonstrou suas preocupação com os traumas psicológicos que as separações de famílias podem causar e, em seu encontro com o vice-presidente americano Mike Pence, Michel Temer ofereceu um avião para buscar as crianças brasileiras.

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https://www.osul.com.br/mae-e-filho-brasileiros-separados-nos-estados-unidos-se-reuniram-e-comecaram-vida-nova/ Mãe e filho brasileiros separados nos Estados Unidos se reuniram e começaram vida nova 2018-07-02
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