Por Redação O Sul | 31 de agosto de 2015
A professora Catarina Guedes Sena resolveu procurar a filha que entregou à adoção no ano de 1977, em Belém (PA). De acordo com a docente, a falta de condições financeiras fez com que ela tomasse a decisão mais difícil da vida, mas agora ela quer conhecer a filha. “Tinham umas freiras que ficavam [na maternidade] e então eu disse para elas que vivia em casa de família e que não me sentia em condições”, conta Catarina. “Eu sei que ela é uma menina e tem 38 anos. Já estive vendo os arquivos da Santa Casa de Misericórdia e deixei as minhas informações lá”, ressalta a professora que não cumpriu os procedimentos legais na hora de entregar a filha para outra família. “Eu falei também que não iria importunar e só queria que a criança fosse tratada e educada”, relata a professora.
Catarina fez apenas um documento informando que gostaria que a menina fosse bem cuidada, algo que, segundo a Justiça, era bem comum naquela época. “O certo é você requerer, mas sempre vai ser observado o princípio do melhor interesse da criança, pois se no passado o pai tinha o direito de vida e de morte sobre os filhos, há muito tempo já se deixou a concepção de que os pais podem tudo. Então, dificilmente a família biológica terá aquela criança de volta”, explica o juiz da 1ª Vara da Infância e Juventude, Alessandro Ozanan.
A professora sabe que não fez o certo, mas afirma que , se pudesse, faria tudo de maneira diferente. “Não temos patrimônio, porém temos o amor e carinho. Isso é o que me faz continuar buscando”, enfatiza. (AG)
