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Esporte Máfia das apostas: inteligência artificial aponta sinais de fraude em três jogos da Série A

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O Brasil é recordista de jogos de futebol suspeitos em 2022: 139. (Foto: Reprodução)

A descoberta do esquema de apostas que manipulou ações dos jogos dos Campeonatos Brasileiro das Séries A e B e Estaduais levantou uma onda de questões sobre regulação das casas de apostas e maneiras para impedir que fraudes sejam praticadas para beneficiar quadrilhas de apostadores. Atualmente, entidades do mundo todo de diferentes modalidades esportivas contam com o suporte da Sportradar para detectar irregularidades. O Brasil, de acordo com levantamento da própria empresa, é recordista de jogos de futebol suspeitos em 2022: 139.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi notificada sobre três partidas da Série A do ano passado sob suspeita de manipulação, nenhuma delas consta na lista de jogos denunciados formalmente pelo Ministério Público de Goiás. Com contrato de confidencialidade entre as partes, não foram informadas quais partidas estão sob suspeita.

Para flagrar possíveis delitos, a Sportradar conta com um sistema de monitoramento que reúne Inteligência Artificial e um banco de dados extenso, batizado de Universal Fraud Detection System (Sistema Universal de Detecção de Fraudes, em tradução livre). Esse sistema é capaz de verificar as contas de origem das apostas para peneirar até pequenas movimentações. Todas elas são ‘delatadas’ para seus parceiros, como a CBF. Isso faz crer que a entidade sabia dessas movimentações estranhas desde o ano passado.

“A aplicação dessa tecnologia aumentou para mais de 500 a quantidade de dados processados para cada partida que a empresa monitora, incluindo probabilidades, volume de negócios e dados estatísticos relacionados ao jogo. Esse processamento ocorre continuamente ao longo do ciclo de vida dos mercados de apostas de uma partida de futebol, por exemplo, desde o momento em que é oferecido pela primeira vez até o momento em que termina. Anualmente, isso equivale a analisar 30 bilhões de mudanças nas probabilidades de mais de 600 plataformas de apostas”, informa a Sportradar.

Como essa ferramenta, a empresa está apta a destrinchar probabilidades, volume de apostas e dados estatísticos. Pode ajudar a descobrir fraudes ou movimentos estranhos dos apostadores, como valores altos em uma única aposta, como um jogador qualquer ser expulso ou receber cartão amarelo. Em 2022, foram monitorados 850 mil jogos de 70 modalidades em 92 países, sendo que 1.212 dessas partidas ficaram sob suspeita de manipulação, todas restritas a 12 modalidades. Houve um incremento de 34% em relação aos números de 2021.

A pergunta que o torcedor faz é por que a CBF não agiu quando soube que havia movimentações estranhas relacionadas a 139 jogos de futebol no Brasil. As investigações não começam por denúncia da entidade, e sim do presidente do Vila Nova, de Goiás. A CBF não informou o motivo do seu silêncio. Na semana retrasada, seu presidente, Ednaldo Rodrigues, pediu ao ministro da Justiça, Flavio Dino, a instauração de um inquérito na Polícia Federal, que ainda não foi feito.

“Quando partidas suspeitas são detectadas no UFDS (programa de inteligência artificial) da Sportradar, um relatório confidencial é escrito por nossos analistas especializados e enviado aos nossos parceiros esportivos em questão de dias. Esses relatórios descrevem e detalham os padrões de apostas suspeitos, o time suspeito de orquestrar o resultado (se puder ser determinado) e leva a uma investigação mais aprofundada, seja ela liderada pela própria federação esportiva ou repassada para a aplicação da lei. A Sportradar também pode fornecer mais suporte investigativo por meio de nossos Serviços de Inteligência e Investigação”, afirma Tom Mace, vice-presidente sênior da empresa de análise e dados – ele cuida das operações globais da Sportradar junto aos serviços de integridade por ela prestados.

Diante de uma movimentação suspeita em sites de apostas, a Sportradar elabora relatórios para seus clientes. Preliminarmente, a empresa envia um texto mais simples, até 24 horas após o jogo nos sites, relatando a suspeita. Alguns dias depois, um relatório mais extenso e detalhado é entregue, unindo as análises técnicas e da inteligência artificial.

“Além de delinear claramente os dados de apostas suspeitas e as razões analíticas pelas quais uma partida foi classificada como suspeita, nossos relatórios como padrão contêm possíveis pistas de investigação, como jogadores, árbitros e treinadores de interesse potencial. Nós podemos apoiar nossos parceiros com as próprias investigações quando solicitado. De fato, a Sportradar tem participado como perito em casos ocorridos no Brasil em diversas ocasiões durante a última década, ajudando as autoridades policiais e os procuradores do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) a entender melhor os casos sob investigação. No entanto, não é nosso papel ou atribuição como provedor de serviços decidir e conduzir investigações formais”, explica Mace.

Países com mais jogos suspeitos de manipulação de resultados:

– Brasil (152 jogos suspeitos);
– Rússia (92);
– República Checa (56);
– Casaquistão (43);
– China (41);
– Grécia (40);
– Argentina (39);
– Filipinas (37);
– Polônia (36);
– Tailândia (35).

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