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Cultura Maior nome da literatura de terror e suspense em atividade fala sobre os motivos que o levaram a adaptar como minissérie um de seus livros preferidos, “Lisey’s story”

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Stephen King alerta: "O mundo real deve ser criado com muito cuidado". (Foto: The New York Times)

Mergulhe num dos romances de Stephen King ou veja uma das adaptações de suas histórias, e os prazeres da vida rapidamente se transformam em terror. Carros se tornam armadilhas enfeitiçadas. Um baile de formatura vira um pesadelo. Cães? Verdadeiras máquinas de matar. Mas para Pablo Larraín, diretor de “Lisey’s story”, minissérie sobrenatural baseada no livro lançado por King em 2006 (disponível na Apple TV desde 4 de junho), o terror é uma alegria. Ele percebeu isso ao visitar o autor em sua casa no Maine.

“Ele me convidou para ficar na casa de hóspedes e me disse: “Você é o único convidado, mas isso não quer dizer que você esteja sozinho” e foi embora. Eu mal dormi”, lembra Larraín, diretor chileno conhecido por “Jackie” (2016), cinebiografia de Jackie Kennedy estrelada por Natalie Portman. “Na manhã seguinte, ele me levou ovos e zombou de mim.”

A solidão é um tema que atravessa a obra de King e está presente em vários personagens que atravessam camadas de tempo e espaço em “Lisey’s story”. Julianne Moore interpreta Lisey Landon, a viúva de Scott Landon, um famoso romancista (vivido por Clive Owen) cujos traumas de infância o levam a criar uma conexão com um mundo transdimensional chamado Boo’ya Moon.

Boo’ya Moon é um lugar de beleza plácida, mas também um local ameaçador, onde figuras encapuzadas sentam-se silenciosamente dentro de um enorme anfiteatro aguardando resoluções para traumas terrestres. Nos últimos anos, surgiram ótimas adaptações para a obra de King na TV, como “The Outsider,” “Under the dome” e “The Mist”. Mas “Lisey’s story” é diferente. O escritor disse que o livro é um de seus preferidos e queria adaptá-lo pessoalmente. Foi o que ele fez: King escreveu a série inteira, algo que ele não fazia para a TV desde que fez uma versão em minissérie de “O iluminado” para a ABC, em 1997.

Como em muitas de suas histórias, o eixo de “Lisey’s story” é uma doença mental. O difuso território entre realidade e paranoia é retratado sensivelmente por Joan Allen no papel de Amanda, a irmã de Lisey, que é tratada numa clínica psiquiátrica por catatonia e automutilação, aflições que escondem segredos sobrenaturais.

De sua casa, por telefone, King, de 73 anos, falou sobre as muitas camadas de história da obra, as responsabilidades de autores de terror e de como não há nada no mundo capaz de criar tantos sustos quanto a mente humana.

1-Entre tantos livros, por que adaptar “Lisey’s story” pessoalmente?

Eu o guardei, sem esperar fazer algo com ele. Mas amo este livro. Normalmente eu os mando da mesma forma que você envia um filho para a faculdade. Você espera que eles se saiam bem, mas não pode interferir. Se fizerem um bom trabalho, você pode dizer: “Isso foi baseado no meu material”. Se não, você pode falar que eles estragaram tudo. Mas se você for se meter nisso, é preciso estar em todo o processo. É um grande compromisso quando você está nos 70.

2-Por que adaptar em episódios de TV?

É mais novelístico. “Lisey’s story” é um livro longo. Os romances que parecem funcionar melhor nos filmes são os curtos e mais simples. Não acho que “Lisey’s story” poderia funcionar como um filme por causa de suas muitas camadas. E também adoro a ideia de que é possível espalhar a história um pouco mais. Mas é preciso ter cuidado porque, se ficar com mais de oito horas de duração, você tem que segurar o público.

3-Descobrir o que é aceitável ou não em descrever doenças mentais pode ser complicado, especialmente no gênero de terror, onde a loucura motiva quase tudo. Como é fazer isso de maneira sensível?

É importante ver como os personagens são complexos, não estão ali para debochar de alguém com problemas mentais ou dizer que ele tem culpa de algo. É preciso ver alguém com doença mental não como culpado. Ainda assim, é preciso que sejam tratados em lugares onde não possam machucar outras pessoas.

4-O quanto o personagem de Dane DeHaan é baseado em stalkers da vida real?

Passamos por algumas situações dessas. Um deles invadiu nossa casa. Eu não estava aqui, a Tabby (a escritora Tabitha King, mulher do autor) estava sozinha em casa, e este cara disse que estava com uma bomba. Era uma caixa, não era uma bomba. Tinha borrachas dentro e outras coisas amarradas com arames de pão. Ela saiu correndo de casa e procurou um vizinho e a polícia. O rapaz provavelmente não era perigoso. Tem muita gente doida por aí.

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