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MAIORIA SEM CONSEQUÊNCIA

Michel Temer

Michel Temer, durante seminário organizado pelo Instituto de Direito Público, em Brasília, manifestou-se ontem mesclando a sua condição de professor titular de Direito Constitucional com a de vice-presidente da República: “Em um país em que há 32 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral e tantos outros que podem surgir, você precisa ter uma coalizão governamental. Por isso se diz que a governabilidade vem precisamente para sustentar o governo. Se você não tiver a governabilidade, você não tem governo.”

Políticos foram sempre muito retraídos ao tratar do assunto, querendo mascarar o fato de que os partidos menores tem o hábito de frequentar o balcão de negociações. Temer teve a coragem de, pelo menos, falar.

Em 2003, quando o PT começou a desenhar o governo de coalizão,  houve surpresa porque seus líderes e filiados costumavam adotar linha exclusiva, sem misturas. Depois, veio o escândalo do mensalão. De qualquer forma, os governos Lula e Dilma mantiveram maioria no Congresso Nacional. Passados 12 anos e meio no poder, fica claro que perderam a oportunidade de fazer as reformas que tanto defendiam e parcela considerável da população exigia.

No Palácio do Planalto, já deveriam ter percebido há tempo: maioria sustentada à base da troca de favores com siglas de aluguel enfrenta seus percalços. A prática dos últimos anos deprecia o conceito de governabilidade.

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