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Mundo Mais de 100 jornalistas mortos em 30 anos: conheça os riscos à imprensa na Rússia e nas Filipinas, de onde vêm os ganhadores do Nobel da Paz

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Comitê premiou Maria Ressa e Dmitry Muratov como símbolos de vozes críticas contra o autoritarismo e a desinformação. (Foto: Reprodução)

Em quase três décadas, ao menos 145 jornalistas foram mortos na Rússia e nas Filipinas durante o exercício da profissão, informou na sexta-feira (8) o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

O informe foi feito logo após o Nobel da Paz premiar a jornalista filipina Maria Ressa e o russo Dmitry Muratov por suas “vozes críticas contra o autoritarismo e a desinformação”.

Segundo a organização internacional que presta apoio para profissionais em áreas de risco, nos dois países em que trabalham dos vencedores do prêmio, a situação é grave.

Veja a seguir algumas das dificuldades que jornalistas enfrentam e quais são as ameaças para a liberdade de imprensa em cada um dos dois países dos ganhadores do Nobel.

Mortes

Desde 1992, quando começaram a contabilizar os dados, foram ao menos 145 jornalistas mortos enquanto trabalhavam nas Filipinas e na Rússia.

Na última década, aumentou o número de ataques a profissionais da imprensa nos dois países, que estão também entre os que têm maior impunidade para esse tipo de crime.

Em três décadas, 58 jornalistas foram mortos por fazer seu trabalho na Rússia. O número é ainda maior nas Filipinas, com 87 profissionais da imprensa assassinados.

O CPJ destaca a gravidade do episódio conhecido como o massacre de Maguindanao, em 2009, que resultou na morte de 32 jornalistas filipinos no ataque mais mortal contra profissionais da imprensa no mundo.

Alta impunidade

No relatório intitulado “Getting Away with Murder” (Se livrando de assassinato, em tradução livre) a entidade lista os países em que mais crimes contra jornalistas ficaram impunes.

As Filipinas ocupam o 7º lugar neste ranking, com 11 casos não resolvidos. Já a Rússia figura no 11º lugar, com 6 casos. Na contagem, o Brasil também aparece entre as nações com alta impunidade.

Colado nas Filipinas, o Brasil está na 8ª posição com 15 casos não resolvidos. O cálculo da CPJ leva em conta o número de mortes em comparação com a população, por isso o Brasil – com mais casos – está atrás do país das Filipinas, e não o contrário.

Guerra às drogas

Sob o governo de Rodrigo Duterte, as Filipinas organizam uma verdadeira guerra às drogas, contra traficantes e usuários, no país. A dura repressão, com execuções sumárias, é criticada pela comunidade internacional, pela imprensa e opositores.

Por conta de sua cobertura contrária às execuções – que seriam muitas vezes ilegais e escondidas em ações policiais –, Ressa, que levou o Nobel, sofre uma campanha de perseguição do governo do país.

“Agentes externos”

O governo da Rússia tem uma lista de 85 jornalistas ou veículos de imprensa que foram classificados como “agente externos”.

Em 2012, o país adotou uma lei que já foi alterada diversas vezes, mas na essência permanece a mesma: os veículos que entram para a lista passam a ter que submeter seus balanços a uma auditoria, precisam informar quais foram as informações que receberam de pessoas de fora da Rússia e sofrem uma série de restrições, de acordo com o CPJ.

Se o veículo de imprensa não observar essas regras, está sujeito a multas.

Nos últimos meses, o governo chegou a ordenar batidas policiais nas casas de repórteres importantes do país, de acordo com a agência de notícias Associated Press.

Não são só empresas jornalísticas que enfrentam esse tipo de assédio do governo: organizações de direitos humanos enfrentam problemas semelhantes —duas delas fecharam as portas recentemente.

O governo da Rússia nega que esteja perseguindo a liberdade de imprensa, e afirma que a classificação de “agente externo” não impede os jornalistas de atuar.

A “Novaya Gazeta”, o jornal de Dmitry Muratov, um dos vencedores do Prêmio Nobel da Paz de 2021, é o principal veículo de imprensa independente que ainda não foi declarado um agente estrangeiro.

De 1993, quando foi fundado, até hoje, seis pessoas da sua redação foram mortos. Todas as mortes ocorreram depois que Vladimir Putin chegou ao poder na Rússia.

Envenenamento

Em agosto de 2020, Alexander Navalny, o principal político de oposição a Vladimir Putin na Rússia, foi envenenado com uma substância chamada novichok, que foi fabricada na época da União Soviética.

Ele saiu do país para receber tratamento e voltou à Rússia no começo de 2021. Navalny foi preso imediatamente e depois condenado a uma pena de mais de 2 anos de prisão.

A polícia russa costuma prender milhares de protestos públicos nas cidades do país. A onda mais recente de manifestações aconteceu em resposta à prisão de Navalny.

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