Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2018
Aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que já são obrigados a viver com os parcos benefícios, amargam uma triste realidade: eles fazem parte da legião de 62,4 milhões de pessoas que estão com o nome sujo. Pesquisa da SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil aponta que 18,3 milhões de pessoas entre 50 e 84 anos ficaram com restrições no CPF por atrasos de pagamento de contas em setembro.
A expectativa para 2019 não é animadora. A previsão de reajuste para aposentados está em 5,45% para quem ganha o salário mínimo e de 4,2%, para benefícios superiores ao piso, conforme proposta do Orçamento-Geral da União apresentada ao Congresso.
O valor pago não tem garantido que beneficiários saiam do vermelho. O aposentado Sebastião Conceição, 65 anos, contou que tem uma dívida há anos, mas não consegue quitar.
“Ganho mais que um salário mínimo, mas não dá pra pagar a dívida do cheque especial. O jeito é esperar caducar”, relatou.
Diante desse cenário, qual a alternativa para não ficar com o nome sujo? Para especialistas é possível tomar medidas para voltar ao azul. A principal é colocar o orçamento na ponta do lápis para ter a dimensão do que se ganha e se gasta.
“Essa medida é fundamental para deixar as contas nos eixos”, diz Angela Nunes, planejadora financeira da Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros).
Com o diagnóstico financeiro na mão, o próximo passo é cortar gastos supérfluos e avaliar trocas de dívidas. Como um débito no cheque especial, que tem juros 303,2% ao ano, ou do cartão de crédito (274%) por um empréstimo consignado, que pode cobrar, no máximo, 2,08% ao mês.
“Além de listar as receitas como salário, dinheiro extra, ajuda de familiares, é preciso ver quais são as despesas fixas e as essenciais que a família tem, como aluguel, luz, gás”, orienta Gilberto Braga, especialista em Finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral.
Corte
Por fim, o segurado deve anotar outras despesas, como roupas, viagens e lazer. Com estas informações, dá para analisar onde é possível cortar gastos e quitar as dívidas.
Outro ponto fundamental para sair da inadimplência é não fazer novas dívidas. “Esse é o momento de reorganização da vida financeira e se endividar de novo é realimentar um ciclo negativo”, diz Marcellus Amorim, especialista em Direito do Consumidor.