Segunda-feira, 03 de novembro de 2025

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Consórcio Mais que produção: o agro feminino como motor de inovação e justiça social

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A mulher do agro não é mais “figura de apoio”. Ela é gestora, produtora, empreendedora afirma a Desembargadora Jane Vidal

Foto: Divulgação Ulbra
A mulher do agro não é mais “figura de apoio”. Ela é gestora, produtora, empreendedora afirma a Desembargadora Jane Vidal. (Foto: Divulgação Ulbra)

A presença feminina no agronegócio brasileiro deixou de ser exceção e passou a ser força motriz de transformação. Em meio às lavouras, nas decisões estratégicas das propriedades e nos grandes eventos do setor, como a Expointer, as mulheres vêm ocupando espaços antes negados a elas — e mudando não apenas a economia rural, mas também a cultura do campo. Durante a 48ª edição da Expointer, a desembargadora Jane Maria Köhler Vidal trouxe à tona uma reflexão urgente: o campo ainda carrega desigualdades estruturais que precisam ser enfrentadas com coragem e educação. “Há um machismo estrutural em toda a sociedade e o campo reflete isso também”, afirmou.

Para ela, o protagonismo feminino é essencial para romper estereótipos e construir uma nova realidade rural. Segundo dados do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA),  mais de 30% das propriedades rurais brasileiras já são geridas por mulheres. Esse número vem crescendo, impulsionado por políticas de capacitação, acesso à tecnologia e redes de apoio que fortalecem a autonomia feminina no setor.

Liderança e inovação no campo

A mulher do agro não é mais vista como “ajudante” ou “figura de apoio”. Ela é gestora, produtora, empreendedora. Atualmente diversos eventos estão discutidas estratégias de negócios, inovação tecnológica e sustentabilidade com foco na liderança feminina. A pauta vai além da representatividade: trata-se de garantir que mulheres tenham voz ativa nas decisões que moldam o futuro do agronegócio. Essa mudança de paradigma também tem impacto direto na economia. Estudos do Sebrae apontam que propriedades lideradas por mulheres apresentam maior índice de diversificação produtiva e melhor gestão de recursos. A sensibilidade para o cuidado com o solo, com os colaboradores e com a comunidade ao redor tem gerado modelos de negócio mais resilientes e sustentáveis.

Violência simbólica e resistência

Apesar dos avanços, os desafios persistem. A violência simbólica — aquela que desqualifica, silencia ou invisibiliza — ainda é uma realidade para muitas mulheres do campo. “Quando uma mulher busca afirmação, muitas vezes é chamada de ‘nervosa’”, lamenta Jane Vidal. O feminicídio, segundo ela, é o grau máximo dessa violência, cujas raízes estão fincadas em estereótipos arcaicos. A desembargadora destaca que o rompimento com papéis tradicionais exige reconhecimento e apoio institucional. “Todas as mulheres precisaram conquistar o direito de ir à escola, de votar, de trabalhar, de possuir um cartão de crédito.” No campo, essas conquistas são ainda mais desafiadoras, especialmente em regiões onde o acesso à educação e à informação é limitado.

Educação como ferramenta de transformação

A transformação cultural e econômica do campo passa, inevitavelmente, pela educação. Instituições como a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) têm desempenhado papel fundamental na capacitação de mulheres para o mercado agropecuário. A presença feminina em cursos de agronomia, gestão rural e direito agrário tem crescido, revelando uma geração que não apenas ocupa espaços, mas os redefine. Durante a Expointer, Jane Vidal foi homenageada pela Ulbra por sua atuação solidária junto à Justiça e à comunidade acadêmica. Em meio às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024, ela mobilizou sua rede para viabilizar atendimento jurídico e emissão de documentos para milhares de famílias desabrigadas. Um gesto que reforça o poder da rede de solidariedade — e da liderança feminina.

O campo brasileiro está mudando. E essa mudança tem rosto de mulher: resiliente, estratégica, inovadora. O avanço feminino no agro não é apenas uma conquista individual — é um movimento coletivo que transforma a economia, desafia a cultura e planta as sementes de um futuro mais justo e produtivo.

Mulher no Agro

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https://www.osul.com.br/mais-que-producao-o-agro-feminino-como-motor-de-inovacao-e-justica-social/ Mais que produção: o agro feminino como motor de inovação e justiça social 2025-09-04
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