Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 29 de abril de 2025
O Vaticano anunciou nesta terça-feira (29) a ausência de mais um cardeal no conclave que elegerá o sucessor do papa Francisco a partir de 7 de maio. A baixa, motivada por problemas de saúde, se soma à do cardeal espanhol Antonio Cañizares, já confirmada anteriormente pela mesma razão.
Com os dois desfalques, o número de votantes no conclave cai de 135 para 133. O porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, não revelou a identidade do segundo ausente, mas a suspeita recai sobre o bósnio Vinko Puljic, que já estava com a saúde frágil e era considerado dúvida. Na semana passada, porém, ele havia confirmado presença após receber autorização médica.
O conclave é o processo de escolha de um pontífice, que começa oficialmente depois que o líder da Igreja Católica morre ou renuncia ao cargo.
Nesses casos, os cardeais espalhados pelo globo são convocados para a reunião na Capela Sistina, dentro do Vaticano. Só podem votar aqueles que têm menos de 80 anos. Cañizares e Puljic têm, ambos, 79.
O novo papa é eleito com pelo menos dois terços dos votos. Os cardeais não terão acesso a seus celulares, à internet ou à imprensa até que a fumaça branca anuncie o “Habemus papam” (temos um papa, em latim).
Embora, em teoria, qualquer homem batizado celibatário possa ser escolhido como papa, desde o conclave de 1378 todos os eleitos faziam parte do grupo de cardeais. É dali que saem as listas de mais cotados a futuro papa.
Atualmente, o Colégio Cardinalício é formado por 252 cardeais. Dos 133 com direito a voto, já considerando as duas ausências, 108 (81%) foram nomeados durante o papado de Francisco, o que pode indicar alguma orientação de um sucessor mais próximo do perfil do argentino, embora isso não seja uma garantia.
Os chamados “príncipes da Igreja” realizam reuniões diárias a portas fechadas na sala Paulo 6º do Vaticano desde a morte do primeiro pontífice latino-americano, em 21 de abril, aos 88 anos.
As reuniões são as “congregações gerais” nas quais os cardeais debatem as prioridades para o futuro da instituição de 2000 anos. Nesta terça-feira, as discussões abordaram a evangelização e o papel da Igreja na paz. Na véspera, o encontro debateu abusos sexuais por parte do clero.
Pelo direito canônico, o total de eleitores não deveria passar de 120, mas é uma decisão que cabe ao papa, e o limite já foi superado em outros períodos.
A escolha de Francisco de nomear 21 novos eleitores em dezembro de 2024 é ligada ao fato que, ao longo de 2025, 14 cardeais completarão 80 anos e perderão direito a voto.
O vaticanista Edward Pentin criou, com uma equipe de jornalistas e especialistas católicos, o site The College of Cardinals Report, que enumera 12 cardeais entre os mais papáveis.
Nele, há o perfil de todos os cardeais vivos, informações detalhadas de cerca de 40 deles e uma lista desses 12 destacados, sem ser um ranking de mais ou menos cotados. As informações são do portal Folha de São Paulo.