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Brasil “Mala já diz tudo”, diz Janot sobre denúncia contra Rocha Loures

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Rodrigo Janot em evento da Abraji, em São Paulo. (Foto: AE)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que havia provas suficientes para pedir a prisão de Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). O ex-deputado foi solto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e deixou na manhã deste sábado (1º) a superintendência da Polícia Federal em Brasília.

“A mala já diz tudo”, disse, referindo-se ao vídeo feito pela PF que mostra o ex-parlamentar deixando uma pizzaria em São Paulo com uma mala com dinheiro. “Houve a decretação da prisão cautelar de uma autoridade que estava no curso de cometimento de crime”, disse Janot sobre a detenção de Loures.

A frase foi dita durante a palestra “Desafios no combate à corrupção: a Operação Lava Jato” no 12° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). A Operação Lava Jato foi tema central do evento, que começou na quinta-feira (29).

Seria preciso uma “prova satânica, quase impossível” para selar definitivamente a ligação entre Michel Temer e a mala com R$ 500 mil carregada por seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures.

Assim o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rebateu críticas de que a inédita denúncia de corrupção passiva contra um presidente em exercício, que apresentou na segunda (26), é frágil —faltaria a “prova cabal” para associar o peemedebista ao dinheiro.

Janot fez um trocadilho com “prova diabólica”, termo jurídico que significa prova excessivamente difícil de ser produzida.

Nesta sexta (30), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Edson Fachin mandou soltar Rocha Loures, mediante o uso de tornozeleira eletrônica. Mas a PF informou que não tinha o equipamento e que somente iria liberar o ex-deputado após receber a tornozeleira, cedida pelo estado de Goiás.

“A leitura que eu faço de ontem é que ambos os ministros entenderam que as cautelares deferidas já tinham surtido seus efeitos no sentido de impedir a continuidade delitiva e, portanto, houve a revogação”, afirmou Janot.

“Faz parte do processo, tanto o deferimento quanto a revogação. Cada um de nós tem seu entendimento jurídico sobre as questões. O que eu posso dizer é que o MP tem a mão mais pesada que os outros atores de Justiça”, acrescentou. Janot disse que vê a soltura de Loures “com tranquilidade, sem nenhum problema”.

Durante a participação no evento, ele preferiu exaltar a decisão do Supremo desta quinta (29), que validou a delação da JBS e não permitiu que se alargasse a influência do Judiciário nos acordos acertados entre o MP e os delatores. “Aquela decisão é fantástica. Ela salvou o instituto da delação premiada.”

Questionado sobre quando devem sair novas denúncias, Janot disse: “Temos duas linhas de investigação. Essas investigações têm vida própria. Essas investigações têm prazos diferentes de acordo com a possibilidade. Uma está mais avançada, outra vai exigir um pouco mais de trabalho.”

Temer

Janot também falou sobre a denúncia contra Temer. Segundo ele, denunciar o chefe do Executivo do país não é algo que lhe dá prazer. “Queria passar ao largo disso, mas tenho que cumprir minha missão.”

Ele relembrou uma frase antiga dentro da Procuradoria para defender que as provas contra o presidente são mais do que suficientes para se apresentar uma denúncia. “Não é possível que, para eu pegar um picareta, eu precise tirar uma fotografia dele pegando a carteira do bolso de outro. Ninguém vai passar recibo. Esse tipo de prova é satânica, é quase impossível. Tem que se olhar a narrativa.”

Raquel Dodge

Janot também comentou sobre a escolha de Raquel Dodge para sucedê-lo na PGR. Ela foi a segunda procuradora mais votada na lista tríplice enviada ao presidente Michel Temer pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

“A nossa lista é uma lista que não é obrigatória. Estamos querendo criar um fato para depois postular”, disse. “O importante é que o nome escolhido seja da lista. A lista é tríplice, não é eleição direta. E dentro da lista você escolhe um dos três. A escolha foi legítima.”

Mas ressaltou. “Até o dia 17 de setembro a caneta está na minha mão e vou continuar nesse ritmo que estou”, afirmou, sobre o dia em que deixa a PGR.

Segurança

Questionado se teme por sua segurança, afirmou: “Para morrer basta estar vivo”. “Eu ando com segurança, não vamos ser ingênuos. Já recebi ameaças, não vamos ser ingênuos também. Se acontece alguma coisa comigo, a confusão é muito maior do que se me deixar vivo, é óbvio. A gente brinca que eles têm que estar rezando para eu escorregar no banheiro e bater a cabeça. Temer eu não temo, mas eu trato profissionalmente.”

Depois, voltou ao assunto. “Se isso tudo tivesse acontecido no começo do meu mandato, acho que eu não teria sobrevivido.” (AG/AE)

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https://www.osul.com.br/mala-ja-diz-tudo-diz-janot-sobre-denuncia-contra-rocha-loures/ “Mala já diz tudo”, diz Janot sobre denúncia contra Rocha Loures 2017-07-01
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