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Por Redação O Sul | 19 de dezembro de 2019
A casa que pertenceu ao banqueiro Edemar Cid Ferreira, do falido Banco Santos, será leiloada novamente. Ela havia sido vendida em leilão judicial realizado em outubro por R $ 9 milhões, mas o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, não aceitou o valor. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Segundo o juiz, veio aos autos após o término do leilão um lance de R$ 10 milhões. “Indicando que há possibilidade de maximização do valor do ativo. O objetivo da falência é satisfazer os credores, realizando alienações com o maior proveito possível, e a quantia de R$ 9 milhões está muito abaixo do que se esperava para o imóvel em questão”, diz o magistrado em sua decisão.
A casa é parte da massa falida do banco —que sofreu intervenção do Banco Central em 2004, após um rombo de R$ 2,2 bilhões— e os valores serão revertidos para o pagamento dos credores.
O novo leilão ocorre do dia 11 de fevereiro até o dia 18. A Justiça estipulou lance mínimo de R$ 10 milhões.
A avaliação inicial da casa era de R$ 110 milhões, valor que depois foi reduzido para R$ 76,8 milhões. Mas os credores do banco não aceitavam vender por menos de R$ 94 milhões.
“Nós acreditamos que com o novo leilão o imóvel poderá ser vendido por um valor superior a R$ 20 milhões”, diz Vânio Aguiar, administrador da massa falida.
Já foram realizados quatro leilões numa tentativa de vender o imóvel, mas sem sucesso.
Em maio, no terceiro leilão, o imóvel chegou a ser arrematado por R$ 23,3 milhões. Mas o comprador, que não teve o nome revelado, não depositou o valor dentro do prazo estipulado pelo leiloeiro.
Construída entre 2000 e 2004, a casa, na rua Gália, no Morumbi (região oeste de São Paulo), foi projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake, que recebeu R$ 1,15 milhão pelo serviço. O decorador norte-americano Peter Marino recebeu outros R$ 8,86 milhões.
O imóvel tem duas galerias de arte, com pé-direito de nove metros, uma biblioteca e um heliponto.
Banheiros de vidro com tecnologia que muda de cor quando estão ocupados, mármores importados da França e elevadores pneumáticos também contribuíram para elevar o preço do imóvel, que custou ao ex-banqueiro mais de R$ 140 milhões.
Além do terreno de 8.000 metros quadrados e um complexo de cinco andares que ocupa uma área de 4.100 metros quadrados, o comprador também vai levar 11 obras de arte, que foram comercializadas junto com a casa.
São peças como uma mesa de mogno de 1.850, uma parede de azulejos do século 18, duas esculturas da cultura maia, que vieram da América Central, uma escultura chinesa e um desenho projetado por Burle Marx.
A intervenção do Banco Central no Banco Santos ocorreu no início de 2004, após um rombo de R$ 2,2 bilhões.