Quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2025
María Corina não era vista em público desde 9 de janeiro.
Foto: ReproduçãoA líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, vencedora do Prêmio Nobel da Paz, chegou a Oslo nesta quarta-feira (10), já quinta-feira (11), no horário local, pouco depois da meia-noite, anunciou o Comitê Nobel. O anúncio ocorreu algumas horas após a cerimônia de entrega do prêmio, que foi recebido em seu nome por sua filha, Ana Corina Sosa.
María Corina saudou apoiadores da sacada de seu hotel em Oslo na manhã de quinta-feira, em sua primeira aparição pública em 11 meses.
María Corina não era vista em público desde 9 de janeiro, quando foi detida depois de participar de um protesto contra a posse do ditador Nicolás Maduro para seu terceiro mandato, em Caracas, capital da Venezuela.
O presidente do Comitê Nobel, Jørgen Watne Frydnes, já havia confirmado a chegada de María Corina a Oslo a repórteres e apoiadores reunidos no Grand Hotel, local de hospedagem habitual dos laureados com o Nobel. Machado deixou a Venezuela após viver escondida no país desde agosto de 2014.
Em áudio de uma ligação entre María Corina e Frydnes, divulgado mais cedo nesta terça, a opositora venezuelana diz que “pessoas arriscaram suas vidas” para que ela pudesse chegar a Oslo. “Sou muito grata a elas, e isso mostra o quanto esse reconhecimento significa para o povo venezuelano”, afirmou.
Na cerimônia de premiação, ao receber o Nobel da Paz em nome de sua mãe, Ana Corina Sosa Machado leu um discurso em nome dela, denunciando o “terrorismo de Estado” do governo do ditador Nicolás Maduro e afirmando que é preciso “lutar pela liberdade”.
Também compareceram à cerimônia a mãe de María Corina Machado e Edmundo González, candidato da oposição venezuelana.
Caminho até o Nobel da Paz
María Corina foi anunciada ganhadora do Nobel da Paz no dia 10 de outubro. O prêmio foi concedido para ela “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.
Ela venceu as primárias da oposição e pretendia desafiar o ditador Nicolás Maduro nas eleições presidenciais do ano passado, mas o governo a impediu de concorrer ao cargo. O diplomata aposentado Edmundo González assumiu seu lugar na corrida presidencial.
Mas o período que antecedeu as eleições de 28 de julho de 2024 foi marcado por repressão generalizada, incluindo desqualificações, prisões e violações dos direitos humanos. A situação se agravou após o Conselho Nacional Eleitoral do país, composto por aliados de Maduro, declarar o atual presidente vencedor.
Após a reeleição de Maduro, González buscou asilo na Espanha no ano passado, depois que um tribunal venezuelano emitiu um mandado de prisão contra ele.
(Com informações do O Estado de S.Paulo)