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Geral Maria da Penha: os 15 anos da lei que respeita a mulher

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Maria da Penha vítima de dupla tentativa de feminicídio pelo marido em 1983. (Foto: Reprodução)

A Lei Maria da Penha, o principal marco do enfrentamento à violência contra mulheres no Brasil, completou 15 anos neste sábado (7). Entre os méritos, a legislação passou a reconhecer a existência de machismo estrutural e mudou a forma de o Estado compreender as vítimas. Mesmo assim, o País ainda enfrenta desafios para reduzir o alto patamar de crimes e implementar políticas públicas de proteção, acolhimento e igualdade para mulheres.

A análise acima está presente em depoimentos de vítima, psicóloga, delegada, promotora e juíza, ouvidas pelo Estadão, que atuam em casos de violência contra mulheres. “A Maria da Penha é considerada uma das três maiores leis de proteção à mulher do mundo”, afirma a juíza Marixa Fabiano Rodrigues. “Mas é importante lembrar que ela só veio depois que o Brasil foi condenado na Corte Interamericana de Direitos Humanos pela omissão das autoridades, após tentativas de homicídio que a própria Maria da Penha sofreu do marido.”

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que o Brasil notificou 1.350 feminicídios em 2020, ou um caso de assassinato a cada 6 horas e meia. Três a cada quatro vítimas tinham entre 19 e 44 anos e a maioria (61,8%) era negra. Também houve registro de 230.160 agressões contra mulheres. Uma violência a cada 2 minutos.

Segundo especialistas, os desafios se acentuaram com a pandemia de covid-19, pois o isolamento social forçou mulheres a ficarem mais próximas de agressores. “Buscamos alternativas para que as mulheres pudessem denunciar sem sair de casa”, diz a delegada Jamila Jorge Ferrari, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) de São Paulo. Na capital paulista, um estudo da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, divulgado nesta sexta-feira, 7, mostra que a maioria das vítimas atendidas era branca (51%). De 6,4 mil mulheres, 19,4% não tinham renda.

“Os dados comprovam que a violência atinge todas, indistintamente, e que a raiz destas agressões é estrutural em nossa sociedade”, diz a secretária municipal Claudia Carletto.

Quinze anos após a criação da lei que leva o seu nome, a cearense Maria da Penha Maia Fernandes faz um balanço positivo sobre o avanço na legislação que permitiu dar maior proteção às mulheres vítimas da violência doméstica.

“O movimento de mulheres é mais expressivo e as famílias, de uma maneira geral, se sentem mais seguras com os avanços que a lei trouxe. Então eu acho que o trabalho que foi realizado durante esses 15 anos está atendendo aos seus objetivos, de conscientizar as pessoas sobre a lei e sobre a importância de a mulher ser respeitada”, diz.

Maria da Penha Maia Fernandes nasceu em Fortaleza e formou-se na Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade Federal do Ceará (UFC), em 1966. No ano de 1983, ela foi vítima de dupla tentativa de feminicídio pelo marido, pai de suas duas filhas, e ficou paraplégica após receber um tiro na coluna. Após acionar o poder judiciário cearense, Maria da Penha conseguiu assegurar a sua luta por justiça em 7 de agosto de 2006, quando foi sancionada a lei contra as violações aos direitos humanos das mulheres.

Maria da Penha considera que ainda há pontos a avançar. Entres eles, está a falta de capacitação de professores do ensino fundamental para conscientizar as crianças desde cedo sobre a violência contra a mulher.

“É uma recomendação da Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Ministério da Educação deveria investir nessa capacitação dos docentes a fim de instruir os estudantes no início da vida escolar sobre temas como o machismo e o racismo, por exemplo. Fazendo isso, as crianças poderão perceber quando estiverem sendo vítimas de violência dentro de suas próprias casas”, pondera.

Outro apontamento feito pela cearense é a respeito da precariedade da assistência às mulheres que vivem em pequenos municípios do interior dos estados brasileiros. Para ela, falta atitude dos gestores locais para criar centros de referência e apoio à mulher vítima de violência.

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https://www.osul.com.br/maria-da-penha-os-15-anos-da-lei-que-respeita-a-mulher/ Maria da Penha: os 15 anos da lei que respeita a mulher 2021-08-07
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