Segunda-feira, 17 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de maio de 2018
A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que os tiros que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Pedro Gomes, no dia 14 de março, foram disparados por criminosos com uma submetralhadora 9mm. Foi utilizado ainda um supressor de ruído na arma para minimizar o som dos disparos.
Inicialmente, se considerou que as balas recolhidas eram de pistolas 9mm, com lotes de munição vendidos para a Polícia Federal. Projéteis recolhidos do carro onde estavam Marielle e Anderson ajudaram a confirmar as informações. Tanto submetralhadoras como pistolas podem usar munição 9mm.
Reconstituição
Na quinta-feira (10), está prevista a reconstituição do crime no local onde os dois foram mortos, no Estácio, Centro do Rio. Mais de 50 dias após as execuções, ainda não há linhas de investigação divulgadas ou suspeitos apontados como mandantes ou executores dos assassinatos.
O carro utilizado no crime de Marielle teria passado por dois bairros antes de chegar à Lapa, local de onde a vereadora saiu antes de ser morta. O veículo usado no crime é clonado. A compradora do Cobalt original foi ouvida na Divisão de Homicídios, responsável pela investigação.
A proprietária conseguiu comprovar que o carro estava estacionado no Leblon, na Zona Sul do Rio, no momento do crime. Ele havia sido comprado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, 20 dias antes da morte de Marielle e Anderson. Recentemente, o carro de Marielle passou também por uma nova perícia.
Relembre o caso
A vereadora Marielle Franco foi morta a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, por volta das 21h30min de 14 de março. Além da vereadora, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. Uma outra passageira, assessora de Marielle, foi atingida por estilhaços. Desde o início a principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios é execução.
Segundo as primeiras informações da polícia, bandidos em um carro emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam. Marielle foi atingida com pelo menos quatro tiros na cabeça. A perícia encontrou nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada.
Marielle havia participado no início da noite de um evento chamado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, na Rua dos Inválidos, na Lapa.
No momento do crime, a vereadora estava no banco de trás do carro, no lado do carona. O veículo tinha filme escuro nos vidros. O motorista foi atingido por pelo menos 3 tiros na lateral das costas.
O local exato do crime fica quase em frente a um posto do Detran, que na hora estava fechado. Do outro lado da rua há uma concessionária que também estava fechada.
Uma dia antes de ser assassinada, Marielle reclamou da violência na cidade, no Twitter. No post, ela questionou a ação da Polícia Militar.
“Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”