Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 24 de fevereiro de 2016
O publicitário João Santana, que se entregou à PF (Polícia Federal) na manhã desta terça-feira (23) em São Paulo, vai confessar que recebeu recursos irregulares no exterior. O marqueteiro vai ressaltar que nenhum centavo que entrou na sua conta na Suíça teve origem nos trabalhos que prestou para o PT.
Santana atuou em três campanhas presidenciais: na de Lula em 2006 e nas de Dilma Rousseff em 2010 e 2014. Também trabalhou na eleição do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, em 2012. Entre 2002 e 2014, a sua empresa, a Polis, recebeu 229 milhões de reais por trabalhos prestados ao partido.
A confissão de Santana é uma tentativa de se livrar das acusações mais graves que pesam contra ele e sua mulher, a publicitária Mônica Moura, também presa pela PF na manhã desta terça. O marqueteiro deve prestar depoimento à PF de Curitiba nesta quarta-feira (24). A investigação suspeita que os recursos depositados para Santana foram desviados da Petrobras.
O casal estava na República Dominicana, onde atuava na campanha de reeleição do presidente, Danilo Medina. Ao chegarem a São Paulo foram presos e levados para Curitiba, sob custódia da PF. Mônica está em cela separada do marido.
Eles foram presos sob acusação de ter recebido 7,5 milhões de dólares ilegalmente no exterior, segundo o decreto de prisão do juiz Sérgio Moro na 23ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de Acarajé porque este seria o código que funcionários da Odebrecht usavam para designar propina.
A Odebrecht, de acordo com a investigação da PF, foi responsável pelo pagamento de 3 milhões de dólares, enquanto o lobista Zwi Skornicki, que também foi preso, cuidou da remessa de 4,5 milhões de dólares. Ao decretar a prisão do casal, Moro apontou “os pagamentos da Odebrecht a Santana seriam doações eleitorais sub-reptícias”, ou seja, caixa dois de campanha.
Santana vai reconhecer o caixa dois, mas deslocará a suspeita para outros países nos quais fez campanha, como Argentina e El Salvador. Nestes locais, a Odebrecht tem diversos interesses. (Folhapress)