Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2017
O McDonald’s disse nesta quarta-feira (23), que, a partir de 2018, o uso de antibióticos em frangos fornecidos para a rede de fast food será reduzido em todo o mundo. A partir de janeiro do ano que vem, a rede de restaurantes vai parar de servir frango tratado com antibióticos usados no tratamento de humanos nos EUA, no Brasil, no Canadá, na Coreia do Sul e no Japão.
A empresa disse que os frangos na Europa continuarão sendo tratados com o antibiótico Colistin, mas que o uso do medicamento será eliminado até o fim de 2019. Até janeiro de 2027, o plano é eliminar o uso desses antibióticos nos outros mercados em que a rede atua.
A primeira unidade em novo formato está no cruzamento da Avenida Brasil com a Rua Henrique Schaumann, em São Paulo. A loja conta com máquinas de autoatendimento e tablets nas mesas à disposição dos clientes. No local, é possível personalizar um pedido, adicionando molhos e itens de outros sanduíches, como a mostarda dijon ou o queijo cheddar branco presentes na linha premium Signature, lançada no ano passado justamente para concorrer com as lanchonetes de hambúrgueres artesanais.
Lanche leva tempo recorde para se deteriorar e vira arte
Quando o artista uruguaio Diego de los Campos decidiu registrar a decomposição de um lanche de fast food, em 2012, ele calculou que o processo todo levaria 30 dias. Posicionou o hambúrguer, as batatas e o refrigerante em um cômodo pouco usado da casa, em Florianópolis, e, com a câmera fotográfica ligada à TV da sala por um longo cabo, acompanhava o que acontecia todos os dias. Ele só não contava com a persistência do hambúrguer. “Levou oito meses”.
Doze cartões de memória depois, o resultado será exibido em uma exposição inédita e gratuita que começa nesta quinta-feira (24) em Florianópolis.
São 12 partes de uma animação em time-lapse – técnica que registra de maneira acelerada a passagem do tempo -, dispostas em seis telas simultâneas, duas delas como projeções.
O artista conta que arrumou o lanche com a iluminação catacterística de uma natureza morta a ser pintada. “A cada 15 dias trocava o cartão de memória. Por ele [hambúrguer] perdurar tanto, proporcionou uma flora e uma fauna bastante ricas. Fungos, teias de aranha, larvas, baratas, microinsetos. Com lentes macro, a gente viu dimensões microscópicas da coisa”, diz Diego, de 45 anos, radicado em Florianópolis desde 1999.
O trabalho reflete uma postura crítica do artista, que tem trabalhos premiados, entre instalações, pinturas, desenhos e vídeoarte.
“Nós, humanos, somos um pouco máquinas processadoras de uma quantidade enorme de produtos que, muitas vezes, são maus para nossa saúde, para o estado de ânimo, para a alma. Acho que o capitalismo está se tornando um pouco autoritário, ele está invadindo o território livre dos sonhos. Isso se reflete nas sobras”, afirma.
“Uma coisa que me surpreendeu também foi que não teve cheiro de podre, é o cheiro da lanchonete que ficou na casa”, diz Diego.
Fora o dia da compra do lanche, ele se recorda de ter ido à lanchonete de fast food apenas uma vez, para mostrar ao filho pequeno “a carga capitalista”. “Ele não gostou”.
“Naturalmente há um tipo de crítica. Toda arte que você coloca para o público é um ato político. A gente tem que aproveitar a possibilidade de mostrar para as pessoas e discutir. Se não fizesse arte, estaria morto”. (AE/AG)