Domingo, 08 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 1 de junho de 2021
Na CPI da Covid, a oncologista e imunologista também defendeu o uso da cloroquina no tratamento inicial contra a Covid-19
Foto: Jefferson Rudy/Agência SenadoA médica Nise Yamaguchi disse nesta terça-feira (1º), em depoimento à CPI da Covid no Senado, que desconhece a existência de um gabinete paralelo dentro do governo para tratar da pandemia de coronavírus.
“Eu desconheço gabinete paralelo e menos que eu integre o gabinete paralelo. Sou uma colaboradora eventual. Participo como médica, cientista, chamada para opinar em reuniões técnicas, governamentais, no Ministério da Saúde”, afirmou Nise.
O gabinete paralelo, segundo a cúpula da CPI, seria um suposto grupo que aconselhou o presidente Jair Bolsonaro sobre ações para lidar com a pandemia. Esse grupo teria funcionado paralelamente ao Ministério da Saúde. Nise é apontada como uma das integrantes.
“Sou uma colaboradora eventual e que participo, junto com ministros da Saúde, participo como médica, cientista, chamada para opinar em comissões técnicas, em reuniões governamentais, reuniões específicas”, prosseguiu Nise, ao negar a existência do gabinete paralelo.
Diante das reiteradas perguntas do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre o suposto gabinete paralelo, Nise disse que não sabia onde o senador “deseja chegar”. “Eu não entendo onde o senhor deseja chegar, porque na realidade eu só participo como consultora individual”, afirmou a médica.
Reuniões com Bolsonaro
Questionada pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), sobre quantas reuniões teve com o presidente Jair Bolsonaro, Nise respondeu que foram “umas quatro, cinco vezes”. Em nenhuma dessas ocasiões, segundo ela, esteve sozinha com Bolsonaro.
Uma dessas reuniões, conforme a médica, foi do grupo interministerial que discutiu a pandemia. “E tivemos uma primeira reunião em relação a essa questão em que eu deixava claro que vinha contribuir como voluntária. Um comitê de crise institucional”, afirmou.
Ela disse também que não foi nomeada para o grupo e participava como convidada. “Era uma coordenação interministerial regulamentada e presidida pelo general Braga Netto [então ministro da Casa Civil], onde participei com o ministro da Saúde e o presidente da Anvisa”, continuou Nise. “Fui colaboradora eventual. Fui convidada”, concluiu.
Cloroquina
A oncologista e imunologista também defendeu o uso da cloroquina no tratamento inicial contra a Covid-19, a autonomia dos médicos e a independência dos pacientes, mas negou que tenha tentado alterar a bula do remédio junto com integrantes do governo.