Sábado, 04 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de dezembro de 2015
Quatro pessoas foram presas nos municípios de Guarapuava, Ponta Grossa e Curitiba, no Paraná, suspeitas de participar de uma quadrilha que fraudava indenizações do seguro obrigatório DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículo Automotor). Segundo a Polícia Civil, um dos envolvidos no esquema é um médico.
Laudos falsos eram usados para obter seguro.
Essa foi a segunda fase da Operação Fraus, deflagrada no começo de novembro. As investigações apontaram que o médico vendia falsos laudos para uma empresa que intermediava recebimentos do DPVAT. Além dele, um fisioterapeuta e dois funcionários de hospitais de Curitiba foram detidos. O fisioterapeuta é suspeito de se passar por médico para emitir laudos falsos.
Conforme a polícia, os dois trabalhavam para uma firma que abordava vítimas de acidentes de trânsito assim que saíam do hospital. A empresa Prontidão oferecia o serviço de intermediação, mas ficavam com a maior parte das indenizações, que podem chegar a 13,5 mil reais, em caso de morte.
Cobrança de 30% do valor da indenização.
A polícia descobriu que a empresa chegava a fraudar boletins de ocorrência para garantir o pagamento do seguro às pessoas. E cobravam até 30% do valor que as vítimas tinham a receber do governo. “O médico e o fisioterapeuta efetuavam as consultas médicas sem a presença dos pacientes. A gente tem várias versões das vítimas, no sentido de que não foram atendidas por médicos”, explica o delegado Matheus Laiola, que investiga o caso.
Para descobrir quem eram os pacientes que necessitavam do DPVAT, a Prontidão contava com a ajuda dos funcionários dos hospitais. No celular de um dos detidos, que trabalhava no Hospital Evangélico de Curitiba, a polícia encontrou mensagens de texto com os nomes dos pacientes.
Confissão do crime.
Um dos funcionários presos também confessou o crime. “Eu ganha 80 reais por nome que eles fechassem. Eu creio que pode ter chegado a quase uns 10 mil reais em todos esses anos”, descreveu. As prisões foram feitas em caráter temporário, ou seja, têm prazo de cinco dias. Ao final do prazo, a Justiça pode estender por mais cinco dias ou transformar em regime preventivo, sem data para terminar.
Os advogados dos presos não foram localizados. Já o Hospital Cajuru, onde trabalhava um dos homens presos informou que não concorda com nenhuma prática ilícita e se colocou à disposição para colaborar com as investigações. O Hospital Evangélico, onde outro funcionário atuava, não atendeu à reportagem.
DPVAT é liberado sem a contratação de nenhum agente.
A Seguradora Líder, responsável pela liberação do DPVAT, lembrou que não é preciso contratar ninguém para conseguir a liberação do seguro. O pedido pode ser feito de graça, nas agências dos Correios e em vários agentes autorizados para receber as requisições. A documentação necessária para o pedido está disponível na página da seguradora. (AG)