Segunda-feira, 03 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de outubro de 2025
O documento, assinado por sete profissionais de diferentes especialidades, alerta para uma possível paralisação total das atividades
Foto: ReproduçãoMédicos do corpo clínico da internação do Hospital de Viamão divulgaram, na quinta-feira (31), uma carta aberta à população e às autoridades municipais denunciando o atraso de salários, o descumprimento de acordos firmados pela Prefeitura e a precarização das condições de trabalho. O documento, assinado por sete profissionais de diferentes especialidades, alerta para uma possível paralisação total das atividades a partir do dia 5 de novembro de 2025, caso as demandas apresentadas não sejam atendidas.
Na carta, os médicos afirmam que o hospital vive uma crise prolongada, agravada desde a gestão do IMAS (Instituto Maria Schmitt), marcada por falta de medicamentos, insumos básicos e atrasos salariais recorrentes. Segundo os profissionais, eles estão há mais de dois anos sem qualquer reajuste e vêm sofrendo sucessivas perdas no poder de compra devido às mudanças administrativas e à ausência de correção no valor da hora trabalhada.
Em junho, diante do colapso dos serviços e da ameaça de desassistência em massa, os médicos relatam que participaram de uma reunião de emergência com o prefeito e a Secretaria Municipal de Saúde. Na ocasião, o governo municipal teria se comprometido a quitar os valores atrasados e a assumir os passivos deixados pelo IMAS — promessa que, segundo os signatários, não foi cumprida.
“O prefeito empenhou sua palavra e garantiu que o Município assumiria os passivos deixados pelo IMAS, realizando o pagamento integral dos nossos salários em atraso”, destaca o texto. Com a entrada da nova administradora, a empresa InSaúde, a situação teria piorado. Embora a Prefeitura tenha assegurado que o valor da hora trabalhada seria mantido, os médicos afirmam que houve redução de ganhos e novos atrasos nos pagamentos. Em setembro, relatam ter recebido apenas 50% dos vencimentos, com a promessa de quitação total apenas em 10 de novembro.
O documento acusa tanto a Prefeitura de Viamão quanto a empresa gestora de se eximirem de responsabilidades, deixando os profissionais “à mercê da ineficiência municipal e estadual”. Os médicos ressaltam que não pedem favores, mas o cumprimento dos compromissos firmados e o respeito básico pelo trabalho prestado.
A carta lista quatro exigências principais:
1.Pagamento integral dos valores devidos referentes a maio.
2.Reposição imediata do valor da hora trabalhada, corrigindo a redução imposta pela nova contratualização.
3.Pagamento integral do salário de setembro até a data acordada.
4.Apresentação de um plano formal para reajuste futuro do valor-hora, congelado há mais de dois anos.
Caso as reivindicações não sejam atendidas até 5 de novembro, os médicos afirmam que realizarão um desligamento coletivo e imediato das atividades no Hospital de Viamão. “A saúde de Viamão não pode ser tratada com promessas vazias. Precisamos dar um basta ao contínuo desrespeito com contratações que fragilizam a assistência à população e colocam profissionais em situações vexatórias”, conclui o documento, assinado por sete integrantes do corpo clínico hospitalar.
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