Segunda-feira, 10 de novembro de 2025

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Política Megaoperação no Rio com 121 mortos: direita ilude com a ideia de que matar vai produzir melhora; esquerda ilude ao propagar que luta de ricos contra pobres explica narcomilícias

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A ação deixou 121 mortos, entre eles, quatro policiais. (Foto: Eusébio Gomes/TV Brasil)

Pelos primeiros indicativos, a Comissão Parlamentar de Inquérito instalada no Senado para investigar o crime organizado vai coroar uma quadra de intervenções populistas e infelizes de autoridades com e sem mandato nesse tópico.

Sob a presidência do governista Fabiano Contarato (PT-ES) e a relatoria de Alessandro Vieira (MDB-SE), a comissão já se vê engolfada pelo palavrório inconsequente da direita à esquerda.

Para a gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT), todo problema deveria ser explicado pela batalha mítica entre ricos desalmados e pobres indefesos. A retórica se repete para o crime organizado. Governistas querem prender os supostos barões da bandidagem, que estariam desfrutando da boa vida nas coberturas dos bairros chiques, e não nas favelas.

Uma análise das pilhas de inquéritos produzidos pelos investigadores derruba essa visão estereotipada. O líder do Comando Vermelho, riquíssimo, é um migrante paraibano, cruel a mais não poder, que responde por cem homicídios, tortura, extorsão, entre outras várias delinquências.

Do lado dos radicais de direita, a irresponsabilidade apenas muda de forma. Quem ilude a população com a ideia de que matar suspeitos vai produzir alguma melhora na situação agora pretende adotar a terminologia “narcoterrorista” para denominar as facções criminosas brasileiras.

Narcomilícias não são organizações terroristas. Não têm propósito político-ideológico, e a violência que praticam objetiva manter ou ampliar a lucratividade na sua operação ilegal, não destruir ou abalar regimes.

A escolha do ex-secretário de Segurança de São Paulo Guilherme Derrite (PP-SP) para relatar na Câmar o projeto de lei antifacções eleva o risco de a insânia terminar gravada nos códigos.

Se ocorrer, daria ao presidente dos EUA, Donald Trump, pretexto para incluir o Brasil na sua cruzada bélica contra cartéis de drogas na América do Sul. Nessa hipótese, Trump, que apoiou o governador do Rio de Janeiro pela operação que matou 121 no último dia 28, seguiria o conselho explícito do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Os Bolsonaros e governadores de direita que os apoiam na parolagem do “narcoterrorismo” se especializam no entreguismo. Não bastou terem na prática incentivado o tarifaço contra o Brasil. Surgem agora como patrocinadores de uma demagogia inútil contra o crime organizado, mas com consequências potenciais danosas à soberania nacional.

Outra nota de preocupação diz respeito à participação crescente do ministro Alexandre de Moraes nesse assunto. Ele é o relator de uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que versa sobre operações policiais em favelas. Suas movimentações recentes com o governador do Rio, o presidente do Senado e a Polícia Federal requerem atenção redobrada.

Não se deveria repetir, na segurança pública, a heterodoxia que se viu na condução dos inquéritos sobre manifestações políticas. (Coluna de opinião portal Folha de São Paulo)

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https://www.osul.com.br/megaoperacao-no-rio-com-121-mortos-direita-ilude-com-a-ideia-de-que-matar-vai-produzir-melhora-esquerda-ilude-ao-propagar-que-luta-de-ricos-contra-pobres-explica-narcomilicias/ Megaoperação no Rio com 121 mortos: direita ilude com a ideia de que matar vai produzir melhora; esquerda ilude ao propagar que luta de ricos contra pobres explica narcomilícias 2025-11-09
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