Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2015
Quando tinha somente 8 meses de vida, um bebê começou a despertar a preocupação da família, que vive na zona rural de Acrelândia, em Rio Branco, no Acre. A avó Maria do Socorro Leite, 40 anos, que tem a guarda da criança, conta que na época percebeu o desenvolvimento de pelos pubianos no neto. Hoje, com quase 2 anos, o menino – diagnosticado com puberdade precoce – já pesa 23 quilos e mede 1,06 metros, altura de uma criança entre 4 e 5 anos.
De acordo com o endocrinologista Gil Lucena, que acompanha o caso, a puberdade precoce é mais comum em meninas com idade entre 5 e 8 anos. O médico enfatiza que a criança não percebe esses sintomas, mas é preciso fazer tratamento para evitar as consequências a longo prazo. “Essa criança tende a ter alterações psiquiátricas ou psicológicas de forma precoce”, frisou o especialista. “O segundo problema é a altura final. Embora cresçam muito rápido nessa fase de início da doença, a altura final é prejudicada e ela pode ficar mais baixa do que o esperado”, explicou o médico.
O tratamento para a doença é feito com injeções mensais para inibir a ação dos hormônios que foram liberados antes da hora. Segundo Lucena, em casos como esse, o menino tende a ter um amadurecimento sexual precoce.
Diagnóstico trouxe alívio à família.
A avó da criança apontou que o neto começou a engatinhar aos 6 meses e a andar por volta dos 10 meses. Apesar de se sentir mais aliviada por descobrir o diagnóstico e o tratamento, ela conta que se assustou bastante quando o neto era mais novo. “Fiquei muito preocupada, porque começaram a nascer pelos e nós vimos que não era algo normal. Procuramos um médico e ele nos disse que era um problema de hormônios. Os pelos foram aumentando rápido. Ele teve que fazer vários exames. Suspeitaram de algum tumor, mas não deu nada”, relembrou.
A dona de casa acrescentou que desde o diagnóstico demorou em torno de três meses para a família receber a primeira medicação. Ela revelou que o remédio é fornecido pela rede pública, e que desde o dia 19 deste mês a criança é medicada. “Passamos três meses esperando pela medicação, mas conseguimos. Parece que isso vai regular o hormônio e são dois anos de tratamento, mas ainda não sabemos direito”, descreveu. (AG)