Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 22 de fevereiro de 2016
Um tribunal egípicio sentenciou um menino de 4 anos à prisão perpétua por “cometer homicídio” quando tinha apenas um ano. O nome da criança foi incluído por engano em uma lista de acusação, cujos 115 envolvidos foram condenados à mesma pena por crimes cometidos em 2014.
Ahmed Mansour Karni respondia em uma corte do Cairo por quatro homicídios e oito tentativas de homicídio. Ele também foi condenado por vandalismo e por ameaçar soldados e policiais — todos os episódios ocorridos antes mesmo de completar 2 anos. Como não estava presente ao julgamento, Ahmed foi listado como “procurado” pelas autoridades egípcias.
O advogado de defesa do menino, Faisal al-Sayd, disse ao Jerusalem Post que expôs à corte o equívoco logo que soube das acusações, apresentando a certidão de nascimento. Mas o caso foi transferido para um tribunal militar e, aparentemente, o primeiro tribunal não repassou ao novo juiz os documentos que comprovavam que ele nasceu em setembro de 2012.
“A certidão de nascimento do menino Ahmed Mansour Karni foi apresentada logo depois que as forças de segurança adicionaram o nome dele à lista de acusados. Isso mostra que o juiz nem leu o caso para condenar”, disse.
Para outro advogado, Mohammed Abu Hurira, o engano evidencia que “não há justiça no Egito”. Nas redes sociais, usuários criticaram o sistema legal egípicio e o governo de “corrupção e injustiça”.
Em 2013, os militares instalaram um governo autoritário no país sob o comando de Abdel Fatah al-Sisi, a partir da deposição do líder Mohammed Morsi, da Irmandade Muçulmana. Cerca de 40 mil opositores do regime militar estão presos na tentativa do governo de esmagar a dissidência. (AG)