Sábado, 06 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de dezembro de 2025
A sinalização de que Flávio Bolsonaro pode disputar a Presidência em 2026 provocou reação imediata no mercado financeiro. O dólar fechou a semana com alta de 2,33%, cotado a R$ 5,434. Já a Bolsa brasileira encerrou em forte queda de 4,31%, aos 157.369 pontos – o maior tombo desde fevereiro de 2021, quando a bolsa recuou 4,87%.
O efeito da informação no mercado, segundo Daniel Teles, especialista e sócio da Valor Investimentos, ocorreu por causa da percepção de que a preferência de Bolsonaro por Flávio enfraquece uma eventual candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome favorito da Faria Lima para a disputa.
“Sob a ótica do mercado, Tarcísio é o candidato mais forte para bater de frente com Lula (PT) na eleição. Se Flávio é o candidato de Bolsonaro, Tarcísio não tem o apoio do ex-presidente e será um nome que dividirá a direita. É o mercado precificando a chance de uma reeleição de Lula.”
Na máxima do dia, por volta das 16h, a moeda americana atingiu R$ 5,485 (+3,30%). É o valor mais alto de fechamento desde 16 de outubro, quando a divisa encerrou o dia em R$ 5,441; na semana, a divisa teve alta de 1,86%.
Já a Bolsa caiu 4,30%, a 157.369 pontos, apagando os recordes recentes e registrando sua maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, quando uma intervenção do então presidente Jair Bolsonaro no comando da Petrobras derrubou o valor de mercado da empresa e causou um recuo de 4,86% no Ibovespa.
Com a queda desta sexta, o índice acumula baixa de 1,07% na semana.
O Ibovespa havia iniciado o dia a 164.460 pontos, permanecendo neste patamar até por volta das 13h, quando passou a cair firmemente. Na mínima do dia, por volta das 17h30, a Bolsa chegou a 157.006, queda de 4,53%.
Destaques
Ainda no Brasil, o PIB do terceiro trimestre, divulgado no dia anterior, mostrou avanço modesto de 0,1% na economia brasileira. O resultado reflete a perda de ritmo do setor de serviços e do consumo das famílias, reforçando a avaliação de que o Banco Central pode iniciar os cortes de juros já em janeiro.
Nos EUA, o índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos Estados Unidos — a medida de inflação mais acompanhada pelo Fed — avançou 0,3% em setembro na comparação com agosto, repetindo o mesmo ritmo do mês anterior, dentro das previsões de analistas do mercado.
Na comparação com setembro do ano passado, o PCE também veio alinhado às expectativas, com alta de 2,8%, ligeiramente acima dos 2,7% registrados em agosto.
O resultado do indicador, visto pelo Federal Reserve (Fed) como a principal medida de inflação, reforçou as apostas de que o banco central americano poderá iniciar cortes de juros já na próxima semana. As informações são do g1, Folha de S. Paulo e CBN.