Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de março de 2020
Um grupo de 44 pessoas foi a 12ª leva de brasileiros a desembarcar no Aeroporto Internacional de Confins (a 37 km de Belo Horizonte), no início da tarde desta sexta-feira (27), segundo a Polícia Federal. Todas as companhias aéreas que operam no local suspenderam temporariamente seus voos internacionais devido à pandemia do novo coronavírus.
O último deles, operado pela Copa Airlines, partiu com destino ao Panamá na madrugada de domingo para segunda-feira (23), segundo a BH Airport, empresa que administra o aeroporto. Também na segunda, um voo com 38 deportados vindos dos EUA chegou a Confins.
O voo desta sexta foi o quarto voo a trazer brasileiros deportados dos Estados Unidos desde o dia 16 de março, quando as medidas de isolamento social se tornaram mais rígidas em vários estados do Brasil. Os voos são fretados pelo governo americano, mas devem ser autorizados pelo governo brasileiro.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o procedimento adotado com os brasileiros deportados é o mesmo de desembarque de outros voos internacionais. Casos sintomáticos são encaminhados para atendimento e a agência monitora relatos em aeronaves, intervindo quando necessário. A Anvisa diz que a notificação de casos suspeitos em voos é responsabilidade das companhias aéreas.
Foragido
Um homem de 50 anos foi preso pela Polícia Federal (PF) logo após desembarcar do voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos. Segundo a PF, contra ele havia mandado judicial de prisão preventiva pelo crime de homicídio, expedido pela Comarca de Conselheiro Pena, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais.
O preso seria membro de uma organização criminosa conhecida como “Irmandade” ou “Família”, que atuava na região há pelo menos 20 anos, e era composta por policiais militares, civis e penais, políticos, empresários e fazendeiros.
De acordo com a PF, a quadrilha era hierarquizada e possuía sofisticada divisão de tarefas, atuando na prática de diversos crimes como extorsão, corrupção ativa e passiva, concussão e homicídios por recompensa. O preso forigo internacional teria contratado a morte de pelo menos duas pessoas e fugido para os EUA em agosto de 2017.
Após exame de corpo de delito, o homem será conduzido para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana, onde ficará à disposição do Juízo de Conselheiro Pena. Se condenado, ele poderá cumprir até 30 anos de reclusão.
O cumprimento da ordem de prisão na sexta-feira foi possível em razão de uma ação coordenada entre a PF, a Agência de Imigração Americana (ICE) e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Governador Valadares. Esse trabalho possibilitou deter o foragido em Boston, nos EUA, simultaneamente a outras detenções que ocorreram no Brasil, durante a deflagração da Operação “La Famiglia”, em Minas Gerais.