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Mundo Meta climática para frear o aquecimento global não será alcançada, diz chefe da ONU

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A temperatura média global já é 1,4°C mais alta do que na era pré-industrial.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
A temperatura média global já é 1,4°C mais alta do que na era pré-industrial. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação à era pré-industrial não será alcançada, admitiu o secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta quarta-feira (22), um mês antes da COP30 em Belém do Pará.

“Uma coisa já está clara: não conseguiremos conter o aquecimento global abaixo de 1,5°C nos próximos anos”, disse Guterres em uma reunião na Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU, em Genebra, enfatizando que “ultrapassar o limite agora é inevitável”.

Limitar o aquecimento global a +1,5°C em comparação com a era pré-industrial (1850-1900) é a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris de 2015. No entanto, muitos climatologistas concordam que esse limite provavelmente será atingido antes do final da década, já que o planeta continua consumindo grandes quantidades de petróleo, gás e carvão.

Segundo o observatório europeu Copernicus, a temperatura média global já é 1,4°C mais alta do que na era pré-industrial.

Os cientistas enfatizam a importância de limitar o aquecimento o máximo possível, pois cada fração de grau adicional implica riscos maiores, como ondas de calor mais extremas ou a destruição de ecossistemas marinhos.

Alertando à OMM que as mudanças estão levando “nosso planeta à beira do abismo”, Guterres instou os governos a apresentarem “planos nacionais de ação climática novos e ousados” antes da próxima COP.

“A ciência nos diz que é necessário ter muito mais ambição”, disse Guterres, apelando mais uma vez aos países participantes da COP30 para que cheguem a um acordo sobre “um plano confiável para mobilizar 1,3 trilhão de dólares (7 trilhões de reais na cotação atual) por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento até 2035”.

A COP30, que será realizada de 10 a 21 de novembro em Belém, no Pará, enfrentará o enorme desafio de unir as nações do mundo para continuar o combate às mudanças climáticas, apesar da retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris.

A meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais surgiu como um consenso científico e diplomático em 2015, com o Acordo de Paris. Ela foi definida após uma série de estudos mostrarem que esse valor representava um “limite seguro” para evitar os efeitos mais devastadores das mudanças climáticas – como secas intensas, colapso de ecossistemas, aumento extremo do nível do mar e impactos graves à saúde humana.

A lógica por trás desse número era clara: quanto menor o aquecimento, menores os riscos. Relatórios do IPCC (painel da ONU sobre clima) mostraram que, mesmo com 1,5°C, o planeta já enfrentaria perdas consideráveis, mas que esses impactos seriam muito piores com 2°C ou mais.

Estabelecer esse teto era uma forma de preservar o futuro de bilhões de pessoas, especialmente nas regiões mais vulneráveis. No entanto, os dados mais recentes apontam que esse limite já está sendo superado.

Em 2024, o planeta atingiu a marca de 1,6°C de aquecimento: a questão que os cientistas avaliam é se isso foi um novo padrão ou apenas o registro pontual em um ano.

E, pior: estudos publicados nas revistas “Nature Climate Change e Nature Communications” indicam que manter o aquecimento em 1,5°C talvez não seja mais suficiente para impedir o colapso de geleiras na Groenlândia e na Antártida – regiões que armazenam gelo capaz de elevar o nível do mar em até 65 metros nos próximos séculos.

Além disso, um relatório da ONU afirma que, mesmo no cenário mais otimista, a chance de limitar o aquecimento global a 1,5°C é de apenas 14%.

O mundo segue emitindo mais gases de efeito estufa do que deveria, e os compromissos atuais assumidos pelos países são insuficientes. A continuidade desse padrão aponta para um aquecimento médio entre 2,5°C e 2,9°C até o fim do século.

A consequência direta disso é a intensificação de eventos extremos.

Segundo especialistas, ondas de calor, inundações, secas e colapsos alimentares se tornarão cada vez mais frequentes e severos. As regiões costeiras, em particular, correm riscos elevados – estima-se que mais de 230 milhões de pessoas possam ser afetadas pela elevação do nível do mar.

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