Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 22 de maio de 2017
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo no Palácio da Alvorada no último domingo (21), o presidente Michel Temer voltou a afirmar que não vai renunciar e acrescentou que se o fizesse seria uma admissão de culpa. “Se quiserem, me derrubem”, disse. Temer ainda falou que não sabia que Joesley Batista, delator da JBS, era investigado pela Justiça. E, sobre o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que teria sido indicado por ele para tratar dos assuntos da empresa e posteriormente foi flagrado recebendo propina, disse que mantinha apenas uma “relação institucional”.
O presidente disse que o empresário tentou três vez procurá-lo e que, após duas recusas, quando finalmente foi pego, ficou “sem graça de não atendê-lo. Temer conversou com Joesley fora da agenda, por volta de 22h30, no Palácio do Jaburu.
“Você [jornalista] sabe que muitas vezes eu marco cinco audiências e recebo 15 pessoas. Às vezes à noite, portanto inteiramente fora da agenda”, admitiu. Temer, porém, negou que receber Joesley tenha sido uma falha e corrigiu: “foi, digamos, um hábito”. E, indagado se não seria um hábito ilegal, rebateu que não.
“Não é ilegal, porque não é da minha postura ao longo do tempo [está na lei 12.813/13]. Talvez eu tenha de tomar mais cuidado. Bastava ter um detector de metal para saber se ele tinha alguma coisa ou não, e não me gravaria”, disse ele para, depois afirmar que não sabia das investigações em andamento contra Joesley.
“Eu nem sabia que ele estava sendo investigado”, afirmou, acrescentando: “No primeiro momento não. Ele disse na fala comigo que as pessoas estavam tentando apanhá-lo, investigá-lo”, explicou Temer, após o repórter dizer que o nome de Joesley como investigado já figurava no noticiário em diferentes operações. Depois, diz que agiu com ingenuidade com Joesley. “Fui ingênuo ao receber uma pessoa naquele momento.” (AG)