Brasil Michel Temer leva embaixadores de países importadores de carne brasileira para comer churrasco
Por Redação O Sul | 19 de março de 2017
Após uma reunião com ministros e 33 embaixadores de países compradores de carne brasileira, neste domingo (19) no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer levou participantes do encontro para jantar em uma churrascaria. “Final do dia em uma churrascaria de Brasília com os embaixadores dos maiores países importadores de carne brasileira”, escreveu Temer em sua conta no Twitter.
O governo federal informou que vai acelerar as auditorias nos 21 frigoríficos citados na Operação Carne Fraca, deflagrada pela PF (Polícia Federal) na última sexta-feira (17). Na reunião com embaixadores, os ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, e de representantes de outras pastas, o presidente da República garantiu a qualidade e o rigor das inspeções dos produtos brasileiros.
“O governo federal quer reiterar a sua confiança na qualidade no nosso produto nacional”, afirmou o presidente, ao abrir o encontro com os embaixadores. “Esse padrão de excelência é que ao longo do tempo abriu as portas de mais de 150 países, com permanente auditoria, monitoramento e avaliação de risco”, completou Temer, de acordo com o Palácio do Planalto.
Por meio de nota da Presidência da República, Temer afirmou que pretende “reforçar a cooperação entre o Mapa e a Polícia Federal para apurar eventuais desvios no sistema de defesa agropecuária”.
“Somente em 2016, foram expedidas 853 mil partidas de produtos de origem animal do Brasil para o exterior e apenas 184 foram consideradas, pelos importadores, fora de conformidade, muitas vezes por causa de temas não sanitários, como rotulagem e preenchimento de certificados”, finaliza o comunicado.
Na sexta-feira, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento interditou três frigoríficos citados na investigação da PF. Eles representam apenas uma pequena parcela da produção brasileira. No total, o País tem 4.837 unidades de produção animal.
Das 21 unidades investigadas, seis enviaram produtos para o mercado internacional. O ministro da Agricultura adiantou que a pasta informará, pela internet, quais foram os produtos, quais são as empresas e quais os países receberam as exportações. Caso seja necessário, produtos a caminho serão recolhidos.
Em quase dois anos de investigação, a Operação Carne Fraca detectou que as Superintendências Regionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais, em detrimento do interesse público, segundo a PF.
As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR) e foram cumpridas em seis Estados (São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás) e no Distrito Federal. A operação atingiu algumas das principais empresas do setor, como a BRF, que controla a Sadia e a Perdigão, e a JBS, responsável pelas marcas Friboi e Seara. Os grupos garantem a qualidade de seus produtos.
“Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva.Dentre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público, denota-se a remoção de agentes públicos, com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais”, informou a PF, ressaltando que os números fazem com que essa operação seja a maior já realizada pelo órgão em toda sua história. Aproximadamente 1.100 policiais federais participaram das ações.
Presidente come churrasco com embaixadores em Brasília. (Foto: Reprodução/Twitter)
