Domingo, 05 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2017
Nessa quinta-feira, o presidente Michel Temer reservou a sua agenda de compromissos para agradecer o apoio de parlamentares governistas à sua permanência no cargo e para medir a temperatura na base aliada sobre a possibilidade de votar o projeto de reforma da Previdência em primeiro turno na primeira quinzena de setembro e finalizá-la até o fim de outubro na Câmara dos Deputados e no Senado. No entanto, há resistências entre deputados governistas no que se refere ao conteúdo da proposta aprovada, em maio, em comissão especial.
Nos encontros, segundo relatos de presentes, o presidente ressaltou a necessidade de reaglutinar a base aliada. Ele recebeu Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Beto Mansur (PRB-SP), Soraya Santos (PMDB-RJ) e Wladimir Costa (SD-PA), que foi notícia nos últimos dias pela tatuagem que fez no seu ombro em homenagem ao peemedebista e pela suposta troca de mensagens de cunho erótico com uma mulher, em seu celular, durante a sessão legislativa que votou pelo arquivamento do processo contra o chefe do Executivo.
Ele também se reuniu com o vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), que defendeu ao presidente que a reforma previdenciária seja votada apenas com a idade mínima. “Não adianta convencer o inconvencível, porque há muitas dificuldades”, disse ele. Em resposta, Temer teria argumentado que é necessário ver qual o momento certo para colocar a proposta em votação. A defesa feita por Ramalho é compartilhada por parlamentares de partidos como DEM, PSD, PR e PRB.
Fidelidade
Com a denúncia barrada, o presidente pretende, enquanto a PGR (Procuradoria-Geral da República) não apresenta uma nova, reconquistar o apoio do mercado financeiro, reajustar sua base de apoio, acelerar reformas governistas e segurar o apoio do PSDB à sua administração.
Ele cobrará agora fidelidade dos partidos governistas e pretende retirar cargos de segundo e terceiro escalões de deputados infiéis, entregando-os a parlamentares que votaram contra a denúncia e têm pouco espaço na máquina pública.
Para garantir o apoio do PSDB e do PSB, contudo, não fará mudanças na Esplanada dos Ministérios. Em conversas reservadas, ele tem dito que a fidelidade dos ministros, que reassumiram mandatos parlamentares para votar contra a denúncia,”será recompensada”.
As trocas serão baseadas no placar da denúncia e serão feitas pela postura individual de cada parlamentar, não pelo posicionamento partidário. O Palácio do Planalto avaliou como traição, por exemplo, os votos de Carlos Gomes (PRB-RS), Fernando Franceschini (SD-PR) e Esperidião Amin (PP-SC).
Com o remanejamento de cargos, o presidente tenta recompor a base aliada, que saiu da crise política menor. Pelos cálculos do Palácio do Planalto, o total de parlamentares governistas caiu de 411 para 370, o que coloca em risco a aprovação de medidas de interesse do governo.