Quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2017
Os primeiros movimentos de Michel Temer e também de Aécio Neves, alvos da delação premiada dos irmãos Batista, do grupo JBS, são de tentativa de resistência. Mas isso parece muito restrito aos grupos mais próximos a eles, pois a avaliação geral indica um caminho diferente.
Integrantes da base aliada já avaliam a possibilidade de afastamento do presidente da República e no PSDB há grupos cobrando de Aécio a renúncia à presidência do partido. Temer tem mais a perder – o cargo de presidente da República – mas a situação de Aécio é mais delicada porque o Supremo Tribunal Federal já autorizou seu afastamento do mandato de senador por Minas Gerais e, na tarde dessa quinta-feira.
Se o STF autorizar a prisão, o Senado deverá analisar o pedido, tal como aconteceu com Delcídio Amaral, que no fim de 2015 sofreu derrota do plenário, que referendou a prisão dele.Enquanto Aécio está em casa, sem os telefones celulares, que foram recolhidos pela Polícia Federal, tucanos se reúnem em Brasília e trocam telefonemas com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para definir um rumo a seguir pelo partido. Embora Aécio não tenha renunciado ainda, o assunto é mesmo a provável substituição dele.
Aécio confirmou, por meio de nota, que vai se licenciar da presidência do partido por tempo indeterminado para se “dedicar diuturnamente a provar sua inocência e de seus familiares”. A decisão ocorre no mesmo dia em que a irmã do parlamentar, Andrea Neves, foi presa por agentes da Polícia Federal e do Ministério Público por suposto envolvimento com corrupção e um dia após a notícia veiculada na imprensa de que ele teria sido gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista.