Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 8 de maio de 2017
Em uma contraofensiva ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente Michel Temer articula a aprovação de regime de urgência para que o plenário do Senado vote a reforma trabalhista no início de junho.
O objetivo é enfraquecer a manobra do líder da bancada do PMDB, que estabeleceu a necessidade de a proposta passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), modificando o cronograma inicial de votação. O tema será discutido pelo presidente com a bancada do PMDB nesta terça-feira (9).
A ideia é que um dos senadores peemedebistas apresente o pedido de urgência no final deste mês. Se aprovado, ele dá à reforma caráter prioritário, encurtando etapas de tramitação. A expectativa do Planalto é de que Renan não participe do encontro desta terça.
Inicialmente, o combinado era que a reforma trabalhista, já aprovada pela Câmara, passasse apenas pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais), em uma tramitação esperada de cerca de 30 dias.
Em um acordo articulado por Renan, no entanto, foi incluída a CCJ na tramitação, elevando para 45 a 60 dias o prazo de envio do texto para apreciação do plenário.
A tentativa de acelerar a votação da proposta tem como objetivo ainda evitar que a votação da reforma previdenciária fique apenas para o segundo semestre no plenário da Câmara. Isso porque, sob pressão da base aliada, o presidente quer esperar a aprovação da trabalhista para colocar em votação a previdenciária, o que deve adiá-la para a segunda quinzena de junho.
A mudança no cronograma original tem sido defendida por deputados governistas. Eles afirmam estar sofrendo todo o ônus da impopularidade das reformas do governo, deixando os senadores imunes às pressões tanto de categorias profissionais como de suas bases eleitorais. (Folhapress)