Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 26 de maio de 2017
A crise no Brasil viveu um momento de tranquilidade nesta sexta-feira (26) diante das batalhas que nas próximas semanas poderão decidir o destino do presidente Michel Temer, que enfrenta denúncias de corrupção.
O presidente tenta dar um tom de normalidade em meio à tempestade e, na quinta-feira (25) à noite, destacou os avanços do trabalhos legislativos, à espera dos debates sobre as polêmicas reformas do sistema previdenciário e da legislação trabalhista.
“O Brasil não parou e nem vai parar. Continuamos avançando e votando matérias importantíssimas no Congresso Nacional”, disse o chefe de Estado em um vídeo postado em suas redes sociais, na terceira aparição desde o início da crise.
Visivelmente tenso, Temer enfatizou no breve vídeo que a Câmara dos Deputados aprovou sete medidas provisórias e comemorou por essa “expressão do compromisso de superar a crise” que explodiu no último dia 17, com a revelação de uma gravação em que o presidente parece dar o aval para a compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
Temer se absteve de fazer qualquer referência direta ao contexto de agitação política e social que rodeou esses debates, dentro e fora do Legislativo.
Dezenas de milhares de pessoas convocadas por sindicatos e partidos de esquerda exigiram, na quarta-feira em Brasília, a renúncia de Temer e a retirada de suas medidas de austeridade. Grupos de jovens provocaram destroços em vários Ministérios, dando lugar a uma grande intervenção policial.
Dos cerca de 40 feridos na manifestação, pelo menos um foi de bala.
Temer ordenou o envio do Exército, mas posteriormente revogou a ordem diante da onda de críticas recebida.
Entre as reformas e o TSE
Temer aposta recuperar a iniciativa mediante o avanço da agenda de reformas, mas dentro de sua própria base aliada as discussões a portas fechadas tratam sobre sua eventual sucessão.
Embora já existam 16 pedidos de impeachment contra Temer e uma investigação no STF (Supremo Tribunal Federal), muitos no Congresso apontam para uma saída institucional do presidente.
Poderia acontecer por meio do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que a partir de 6 de junho examinará uma denúncia que poderá anular o resultado das eleições de 2014, nas quais foi eleita a chapa Dilma-Temer.