Terça-feira, 30 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2022
Após os recentes tiroteios em massa nos Estados Unidos nas últimas semanas, o sábado (11) foi marcado por manifestações em várias cidades americanas contra a cultura de armas do país.
Em Washington, milhares de pessoas foram ao National Mall, um importante parque da capital, para uma das maiores manifestações deste sábado. Segundo a agência Associated Press, os organizadores da “March for Our Lives” (Marcha por Nossas Vidas, na tradução do inglês) esperavam reunir até 50 mil pessoas somente no local.
Um série de protestos também ocorreram simultaneamente em diversas outras cidades do país nesta que é a segunda edição do ato. A primeira ocorreu em 2018 e foi motivada pelo tiroteio que tirou 17 vidas em uma escola na Flórida.
“Se nosso governo não pode fazer nada para impedir que 19 crianças sejam mortas e massacradas em sua própria escola e decapitadas, é hora de mudar quem está no governo”, disse David Hogg, sobrevivente do tiroteio de 2018, em referência ao massacre em uma escola de ensino fundamental no Texas que vitimou 19 crianças e duas professoras.
Em Nova York os manifestantes se concentraram na ponte do Brooklyn. Por lá, o prefeito Eric Adams, que fez campanha para conter a violência na maior cidade do país, também esteve presente junto com a procuradora-geral do estado Letitia James, que está processando a National Rifle Association, associação que faz lobby pró-armas no país.
Em uma rede social, o presidente Joe Biden divulgou uma mensagem em apoio aos manifestantes e fez um apelo para que o congresso americano “faça alguma coisa” para limitar o acesso às armas no país. “Não podemos falhar com o povo americano novamente”, disse Biden.
Greve nas escolas
Manuel Oliver, que perdeu o filho no massacre de Parkland, discursou no protesto em Washington e pediu aos alunos que fiquem longe das aulas para aumentar a pressão sobre os políticos para aprovar leis mais duras sobre armas.
“Estamos pedindo uma greve nacional de estudantes americanos em todos os níveis de ensino”, disse.
Oliver também pediu a Biden que crie na Casa Branca um departamento para prevenção da violência armada.
Biden repetidamente prometeu tomar medidas contra este flagelo que os sucessivos governos não têm sido capazes de frear, mas, em um país em que quase um em cada três adultos possui pelo menos uma arma de fogo, os conservadores se opõe a qualquer medida neste sentido, argumentando que isso iria tolher os direitos dos “cidadãos cumpridores da lei”.
A Câmara dos Representantes votou na quarta-feira passada uma lei que proíbe a venda de espingardas semiautomáticas a menores de 21 anos e de carregadores de alta velocidade, entre outras coisas. No entanto, a legislação tem poucas chances de passar pelo Senado, onde é preciso que dez conservadores quebrem fileiras e se juntem aos democratas.