Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de setembro de 2015
Cerca de mil imigrantes, de um total de 10 mil que eram esperados no dia, chegaram em Munique, na Alemanha, neste sábado (5). Muitos deles são refugiados da guerra civil que ocorre na Síria, e partiram da Hungria rumo à fronteira com a Áustria.
Segundo a polícia austríaca, mais de 6 mil já tinham entrado em seu território até o início da tarde de sábado (5), mas um número maior era esperado ao longo do dia. Parte dos que chegaram à Áustria partiram logo em seguida para Munique em trens especiais.
Partida da Hungria rumo à Alemanha e à Áustria.
Alemanha e Áustria anunciaram que aceitariam receber os imigrantes que estavam na Hungria. Milhares permaneciam havia vários dias acampados nos arredores da principal estação de trem de Budapeste, capital húngara, depois que os trens rumo à Europa Ocidental foram cancelados. O governo da Hungria insistia que os imigrantes se registrassem com pedidos de asilo no país, seguindo as regras da União Europeia.
Diante da situação, centenas deles decidiram andar até a fronteira com a Áustria, um percurso de 170 quilômetros, na sexta-feira (4). O governo da Hungria, então, resolveu fornecer mais de 100 ônibus para levar os milhares de imigrantes até a fronteira com a Áustria.
Crise.
Essa é a pior crise de refugiados que a Europa enfrenta desde as guerras da Iugoslávia nos anos 1990. A polícia de Munique diz que intérpretes de árabe ajudaram os refugiados com os procedimentos nos centros de registro emergenciais. A recepção eficiente na Áustria e na Alemanha contrastou com a desordem prevalente na Hungria.
Na estação de Viena, na Áustria, os recém-chegados, protegidos com cobertores, e alguns com crianças adormecidas nos braços, foram recebidos por muitos voluntários com comida, bebidas, sabonetes e bilhetes de trem. Um dos refugiados mostrava um cartaz onde era possível ler “Gratidão aos austríacos”.
“Depois de inúmeros exemplos de tratamento vergonhoso aos refugiados e aos imigrantes por parte de alguns governos da Europa, é um alívio ver enfim um pouco de humanidade. Mas isso está longe de ter acabado, na Hungria e na Europa”, alertou um funcionário da Anistia Internacional.
Mais ajuda.
Mais de 40 cidades do Reino Unido se ofereceram para acolher refugiados do conflito sírio, anunciou neste sábado (5) a candidata a líder do Partido Trabalhista britânico, Yvette Cooper. Ela pediu a colaboração das autoridades locais do país para fazer frente à crise migratória que assola a Europa.
Já o primeiro-ministro finlandês, Juha Sipilä, anunciou que dará abrigo aos refugiados em sua casa de campo – onde raramente vai devido a suas funções em Helsinki. O político já convidou repetidamente os finlandeses a mostrar solidariedade aos imigrantes que chegam ao país. “Espero que isso se torne uma espécie de movimento popular que faça com que muitos assumam suas responsabilidades nesta crise dos refugiados”, registrou. (AG)