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Brasil Milícias do Rio desaparecem com pessoa a cada dois dias

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Destruição de imóvel construído pela milícia no Rio. (Foto: Divulgação/PMRJ)

Diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil, o delegado Antônio Ricardo Nunes estima, com base em informações de inteligência, que as gangues, quase a totalidade milícias, dão sumiço a uma pessoa a cada dois dias nos 18 municípios da Região Metropolitana cobertos pelas delegacias de homicídios. O que, segundo ele, representa de 5% a 10% do total de desaparecimentos nessas cidades.

Parte das histórias que estavam ocultas começa a ser revelada com a descoberta de cemitérios ilegais. Nos últimos 12 meses, investigações das DHs e do Ministério Público estadual (MPRJ) encontraram seis deles — dois em Itaboraí , dois em Queimados , um em Belford Roxo e outro em Itaguaí — com pelo menos 45 corpos ou ossadas.

Subnotificação

Há indícios de que a quantidade de cadáveres aumentará, e o número de desaparecidos está subestimado, de acordo com promotores, especialistas em segurança e relatos de parentes de vítimas.

Muitas famílias optam pelo silêncio. Entre a dor de perder um ente querido e o temor de represálias, prevalece o medo. Há quem sequer preste queixa dos desaparecimentos. Outros, que procuram a polícia, depois se isolam.

No começo de julho, foram descobertos dois cemitérios no município, nos bairros de Visconde de Itaboraí e Itamarati, com 18 corpos e seis ossadas. Não faz muito tempo, eram regiões pacatas e afastadas, quase rurais. Assistiram, primeiro, à chegada do tráfico de drogas. Em seguida, ao domínio do grupo paramilitar ligado a Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, que está preso. Foi implantado o terror numa área pobre, próxima às obras inacabadas do Comperj. De tão cruel, a milícia local ficou conhecida como “disco voador”, por desaparecer com suas vítimas.

Apenas em Itaboraí, o promotor Rômulo Santos Silva, do Gaeco/MPRJ (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), acredita que ainda haja 50 corpos a serem resgatados. Se somados aos desaparecidos da milícia em Queimados e Itaguaí, o número sobe para cerca de 200. Em Visconde de Itaboraí, parentes de vítimas ainda suportam, calados, visitas mensais de milicianos que cobram uma taxa de R$ 20 de todos os moradores.

A tática de desaparecer com os corpos remete ao passado, aos desaparecimentos forçados da ditadura militar. Foi adotada também pelo tráfico. E as milícias a intensificaram nos últimos dois anos. Vale a ideia de que, “sem corpo não há crime”, encobrindo a barbárie e driblando estatísticas de homicídios.

Ainda que os cemitérios comecem a ser localizados, as investigações esbarram nas dificuldades de identificação das vítimas. Dos 45 corpos e ossadas encontrados desde agosto do ano passado, 11 tinham sido identificados até a semana passada. Tatuagens e peças de roupas ajudaram a perícia. Na última operação, na semana retrasada, num poço artesiano em Queimados, a DH da Baixada contou com especialistas em antropologia forense para ajudar com quatro ossadas recolhidas.

Outra dificuldade é detectar os cemitérios, normalmente em lugares ermos. Relatos anônimos auxiliam na procura. Só de janeiro a julho deste ano, o Disque-Denúncia recebeu 14 informes sobre covas, mais do que todo o ano passado (13). Nove das denúncias deste ano davam conta de cemitérios na cidade do Rio. Já foram feitas operações em Santa Cruz e Campo Grande, sem sucesso. As informações são do jornal O Globo.

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https://www.osul.com.br/milicias-do-rio-de-janeiro-desaparecem-com-uma-pessoa-a-cada-dois-dias/ Milícias do Rio desaparecem com pessoa a cada dois dias 2019-09-02
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