Sexta-feira, 17 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de outubro de 2022
O teste pedido pelos militares nas urnas eletrônicas confirmou que não houve fraude no resultado das eleições. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelou que 2.044 eleitores participaram do chamado teste de integridade, realizado pela primeira vez neste ano e que atestou que o voto digitado na urna coincidiu com o que ficou gravado no equipamento.
Esse é o segundo relatório que atesta a confiabilidade das urnas. O Tribunal de Contas da União (TCU) fez uma apuração paralela e também concluiu que o resultado oficial da apuração seguiu os votos depositados nas urnas.
Além de exigir o teste de integridade com participação de eleitores, os militares também reuniram dados para uma apuração paralela. Até o momento, no entanto, o Ministério da Defesa não se pronunciou sobre qual foi o resultado da sua fiscalização. Questionados sobre o assunto pelo Estadão, as Forças Armadas alegam que “o trabalho está em andamento” a despeito de o TCU ter feito uma auditoria em número maior de urnas e já apresentado sua conclusão.
Segundo o TSE, no total, 58 seções participaram do teste-piloto com o envolvimento dos eleitores no processo. Os participantes representam 12,9% dos eleitores que votaram nas seções onde o exame foi feito. “Nessas 58 seções eleitorais, não houve nenhuma divergência: 100% de aprovação no teste de integridade com biometria – ou seja, no primeiro turno das eleições de 2022 se repetiu o que ocorreu nas eleições de 2020, 2018, 2016, 2014, 2012, 2010, 2008, 2006, 2004 e 2002. Vinte anos de absoluta lisura das urnas eletrônicas com comprovação imediata pelo teste de integridade”, disse o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.
Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro há dois anos questiona a urna eletrônica e levanta, sem provas, suspeitas de que o processo de apuração e votação pode ser fraudado. Primeiro, o presidente tentou exigir que houvesse voto impresso nas eleições. A proposta não passou no Congresso. Depois, passou a dizer que o TSE fazia uma apuração em “sala secreta”, o que foi desmentido pelo tribunal. Por fim, afirmou que se não ganhasse no primeiro turno com 60% dos votos seria a prova de fraude na eleição.
Para respaldar sua tese, Bolsonaro envolveu os militares que passaram a questionar o TSE sobre os equipamentos de votação. O presidente terminou o primeiro turno com 43% dos votos, atrás do petista Luiz Inácio Lula da Silva que teve 48%. O Ministério da Defesa impediu o acesso da imprensa à sala em que realizou a contagem paralela dos votos no domingo, 2. Até o momento, nenhum militar veio a público contestar o resultado das eleições. Conforme apurou o Estadão, as Forças Armadas pretendem se limitar a entregar o relatório de seu trabalho ao presidente e não se envolver mais nesse assunto.