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Ministério da Agricultura anuncia Certificado de Recebíveis do Agronegócio com garantia do BNDES

Nova operação tem a Cotrijal como piloto e foi lançada em webinar. (Foto: Divulgação)

A ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, anunciou um novo sistema que permite aos produtores rurais ampliar o acesso ao crédito. O modelo consiste em um CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) com garantia do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e é resultado de um ano de tratativas entre a Farsul, o Mapa e o banco de fomento. Como piloto, foi escolhida a Cotrijal, com o Grupo Ecoagro como securitizadora.

Esse tipo de operação é um mecanismo que pode ser utilizado para renegociações de dívidas fora do sistema bancário ou concessão de novos créditos. Diferente do Crédito Rural controlado, o formato não está relacionado aos aportes oficiais da política pública. Além disso, ele pode ser utilizado tanto para crédito de custeio quanto de investimento. A estrutura da operação consiste na emissão de CPR (Cédula de Produto Rural) pelos produtores para a originadora. Os papéis são transformados em CRA por uma securitizadora, e são negociados no mercado financeiro. Os investidores terão a garantia do BNDES, o que reduz os riscos da operação e, consequentemente, os juros para os produtores.

A escolha da Cotrijal como piloto está no fato de ser a maior cooperativa do Rio Grande do Sul, sendo reconhecidamente preocupada com o bem-estar dos seus associados. A busca por solução para as dívidas fora do sistema bancário após a grave seca de 2020 era uma demanda dos produtores, estimulando a adoção de operações estruturadas de crédito. O valor da operação é de R$ 29 milhões com juros de 3,15% e prazo de dois anos. O Banco Alfa será o coordenador líder, garantindo a comercialização dos títulos.

A consolidação do projeto é vista pela Cotrijal como importante avanço na garantia de crédito para o campo, a custos compatíveis com a necessidade do produtor. A cooperativa tem 7,9 mil associados e está presente em 32 municípios gaúchos. Em 2020, faturou R$ 2,4 bilhões. “Viabilizar a produção, com segurança, é estratégico para a Cotrijal. Estamos otimistas com a possibilidade de acessar crédito privado e honrados por sermos pioneiros nessa iniciativa-piloto”, afirma o presidente da Cotrijal, Nei César Manica.

Procurada pela Farsul com a proposta da operação, a ministra Tereza Cristina trouxe o BNDES para o processo. A federação vem trabalhando na ampliação das operações estruturadas de crédito.

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