Quarta-feira, 11 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 1 de junho de 2021
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, anunciou que as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vão ocorrer nos dias 21 e 28 de novembro. As inscrições serão abertas entre 30 de junho e 14 de julho. A indefinição de datas causava insegurança entre estudantes e instituições.
Segundo o ministro, os editais serão publicados ainda nesta semana pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep). “A segurança e a isonomia do Enem serão sempre mantidas pelo Inep e pelo MEC”, afirmou Ribeiro. Pela primeira vez, a perspectiva é de que as versões impressa e digital ocorram nos mesmos dias.
Um levantamento exclusivo do Sindicato do Ensino Superior (Semesp), obtido pelo Estadão e divulgado ontem, indica que se o exame ficasse para janeiro resultaria em um gasto adicional de R$ 500 milhões só para as universidades federais. O levantamento do Semesp, entidade que representa instituições de todo o País e responde por três em cada quatro matrículas na educação superior, parte do custo oficial do Enem por aluno, de R$ 117, e considera que essas universidades públicas teriam de realizar vestibulares para mais de 4 milhões.
“Serão bastante graves as consequências econômicas e sociais do adiamento, que vêm se somar à preocupante crise provocada pelo corte no orçamento das universidades federais, e a um cenário ainda cheio de incertezas, com a falta de previsões concretas sobre a imunização efetiva da população contra a covid-19”, afirmou na semana passada a presidente do Semesp, Lúcia Teixeira. A organização enviou três ofícios no dia 17, solicitando o não adiamento do Enem aos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Educação, Milton Ribeiro, assim como ao presidente do Inep, Danilo Dupas.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o próprio ministro Ribeiro mandou ofício a Guedes, dizendo que não havia orçamento no MEC para fazer a prova. O custo do Enem 2021 foi estimado em R$ 700 milhões. “Especificamente com relação ao Enem, a insuficiência orçamentária resultaria na inexecução dos serviços, tendo em vista a quantidade de participantes prevista para 2021”, aponta o ofício. O Inep estima ter 6 milhões de alunos inscritos nesta edição do Enem, além de 100 mil estudantes na aplicação da prova digital.
Além disso, um documento interno do Inep afirmava que já havia datas em janeiro para o exame: dias 16 e 23. Servidores também indicavam que se as inscrições não fossem abertas em poucos dias não haveria tempo suficiente para os processos de elaboração, impressão, distribuição e logística da prova. Para serem feitos com segurança, eles precisariam, nessa perspectiva, durar 170 dias.
Ainda de acordo com o Estadão, o Inep ignorou alertas de gestão de risco para o Enem 2021. Até o fim da semana passada, havia publicado só o edital para os alunos que precisam de isenção da taxa de inscrição e que faltaram ao exame deste ano fazerem os pedidos.