Por Redação O Sul | 12 de outubro de 2015
Investigadores brasileiros do Ministério Público aprofundarão as apurações nas próximas semanas sobre três depósitos ainda não identificados nas supostas contas do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Suíça. Esses valores somam pouco mais de 4,5 milhões de dólares, o equivalente a 16,92 milhões de reais na cotação mais recente.
As quatro contas atribuídas a Cunha no país europeu receberam, segundo as investigações, 4,8 milhões de dólares e 1,3 milhão de francos suíços, o equivalente a 23,2 milhões de reais. Sabe-se, até aqui, que os depósitos nessas contas começaram em 2007 e as movimentações seguiram até este ano. Duas delas foram bloqueadas e duas foram encerradas em 2014.
Enquanto parte do dinheiro teria sido pago a Cunha como propina por contrato fechado entre a Petrobras e a empresa Companie Beninoise des Hydrocarbures Sarl, em Benin, na África, por 50% de um campo de petróleo, outros 4,5 milhões de dólares ainda não têm origem definida. Segundo as investigações, esse valor foi depositado, entre 2007 e 2008, por contas sediadas no banco Merrill Lynch. O dinheiro alimentou duas offshores (Orion e Triumph), cuja titularidade é atribuída ao próprio Cunha. Apesar de as empresas terem sido encerradas em maio e abril de 2014, investigadores informaram que o histórico da Orion e da Triumph foi enviado para o Brasil pelo Ministério Público da Suíça.
Uma das contas do Merrill Lynch depositou 3,1 milhões de dólares em maio de 2007. No mesmo mês, um conta no mesmo banco fez aporte de 207 mil dólares, valor ainda não analisado. Os dois depósitos foram realizados na Triumph. Já a Orion recebeu 1,8 milhão de dólares em agosto de 2008, 15 dias após ser aberta, de uma provável outra conta no Merrill Lynch.
Os dois maiores depósitos da Merrill Lynch, de 3,1 milhões de dólares e de 1,8 milhão de dólares, foram realizadas pelas chamadas “contas de custódia”. Investigadores brasileiros suspeitam que elas podem ser, inclusive, do próprio presidente da Câmara. Esclarecer esses depósitos é um dos próximos passos da investigação.
As movimentações revelam ainda que Cunha teria pago 516 mil dólares para consultores financeiros de uma empresa com sede no Uruguai, segundo investigadores. (Matheus Leitão/G1)
