Quarta-feira, 04 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 7 de julho de 2021
O MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) expediu ofício, na terça-feira (6), pedindo explicações sobre uma denúncia de extração ilegal de madeira na Floresta Nacional de Brasília.
O documento foi encaminhado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), à empresa Proflora, à Administração Regional de Brazlândia e também para a Associação dos moradores do Capão da Onça (Ampruco). Todos, segundo a denúncia, estariam envolvidos na retirada e transporte da madeira. O caso foi revelado pelo Fantástico, em 27 de junho.
O ICBMBio informou que adotou as “providências pertinentes ao caso” e que tem atuado junto ao Ministério Público, prestando as informações necessárias. Em nota, a Administração Regional de Brazlândia informou que não recebeu formalmente a requisição do MPDFT. Além disso, a entidade afirmou que todas questões de autorização e fiscalização da Flona são de competência do ICMBio.
De acordo com o MPDFT, foram requisitadas informações e documentos relativos às autorizações concedidas a empresas suspeitas de retirar madeira da Flona ilegalmente.
“A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) apura se a extração de madeira no local foi realizada dentro dos parâmetros legais e se houve o desvio de maciços florestais cortados, de propriedade da empresa de economia mista Proflora, para o enriquecimento de particulares, com a possível participação de agentes públicos”, informou o MPDFT.
Denúncia
A retirada ilegal na Floresta Nacional de Brasília é alvo de investigação também no Ministério Público Federal (MPF). O Fantástico flagrou carregamento que estaria sendo levado para uma madeireira particular instalada ao lado da área.
Essa empresa fica entre Taguatinga e Brazlândia, em um espaço de 9,3 mil hectares que pertencia à Proflora, companhia de economia mista que plantava pínus e eucalipto para exploração de madeira na capital.
A Proflora está em processo de liquidação e tem direito a apresentar um plano de manejo para a retirada das árvores já plantadas e substituí-las por espécies nativas. Parte desse patrimônio é o que estava sendo extraído ilegalmente, segundo indicam as investigações.
O programa apontou que a empresa tinha direito de retirar apenas troncos caídos. Questionados, funcionários do local disseram que a madeira extraída seria doada para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e para as polícias Civil e Militar.
Entretanto, em nota, as corporações negaram receber doações de madeira. A PRF disse que ganhou o material da Administração Regional de Brazlândia, para construção de um estande de tiro.
Após operação, o ICMBio disse que “embora haja autorização direta concedida pela Flona para retirada de árvores, a reportagem do Fantástico levantou novos fatos que estão sendo apurados internamente pela presidência do instituto”.
Três dias após reportagem do Fantástico, o chefe da Flona, Edílson Gomes de Araújo, foi exonerado pelo ICMBio. A demissão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). À época, ele não quis comentar o caso.
O ex-chefe da Flona é militar da reserva do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF). Em nota, a corporação informou que ele não está mais em serviço ativo desde que assumiu o cargo no ICBMbio.
Além disso, os bombeiros disseram que a carreira do militar foi “pautada na área de combate a incêndio e proteção ambiental, atuando por diversos anos no grupamento especializado”.
“Por ser militar da reserva remunerada, não há previsão de retorno ao Corpo de Bombeiros após a sua exoneração. Quanto aos fatos apresentados na reportagem, o CBMDF aguarda a apresentação da denúncia pelo Ministério Público, bem como a notificação oficial para adoção das medidas administrativas cabíveis”, informou. As informações são do portal de notícias G1.