Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de dezembro de 2020
Engenheiro será julgado por homicídio quintuplamente qualificado.
Foto: DivulgaçãoO MP (Ministério Público) denunciou, nesta quarta-feira (30), por homicídio quintuplamente qualificado, o engenheiro Paulo José Arronenzi, responsável pela morte de sua ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi. O crime foi no último dia 24, véspera de Natal, na Barra da Tijuca.
De acordo com a denúncia, trata-se de crime de feminicídio, perpetrado contra a mulher por razões da condição do sexo feminino, já que foi executado pelo denunciado contra sua ex-esposa, assim como qualificado – por ter sido praticado na presença das três filhas, uma com 10 anos e duas gêmeas com 7 anos de idade.
O inconformismo com o término do relacionamento fez com que a denúncia apontasse motivo torpe como outra condição qualificadora. O crime foi ainda qualificado pelo fato de ter sido cometido por meio que dificultou a defesa da vítima, atacada de surpresa ao descer do carro quando levava as filhas ao encontro do assassino. Por fim, o meio cruel utilizado, já que as múltiplas facadas no corpo e no rosto da vítima lhe causaram intenso sofrimento físico.
Além de denunciar o assassino pelos crimes, o MP também pleiteia que ele seja condenado ao pagamento de indenização pelos danos materiais e morais causados à família da vítima, em valor a ser definido no curso do processo.
Nota
No dia 25 de dezembro o Ministério Público do Rio de Janeiro publicou nota de pesar sobre o caso, onde chama a atenção para o fato de que, apesar de todos os esforços, os casos de agressão e feminicídio se repetem no Estado e no País. Confira:
“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), integrante do sistema de Justiça, manifesta seu mais profundo pesar pela morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). A Procuradoria-Geral de Justiça manifesta a sua solidariedade à família, colegas e amigos da magistrada, ao presidente do Tribunal de Justiça e Associações da Magistratura aos quais envia suas condolências.
Viviane Vieira do Amaral Arronenzi integrava a Magistratura do Estado do Rio de Janeiro havia 15 anos. Atualmente, trabalhava na 24ª Vara Cível da Capital. Antes, atuara na 16ª Vara de Fazenda Pública.
Segundo informações da Polícia Civil, o autor do crime é o ex-marido da juíza, Paulo José Arronenzi, de 52 anos, preso em flagrante. O MPRJ, por meio da Promotoria de Justiça com atribuição, irá acompanhar a investigação deste bárbaro crime e repudia o feminicídio.
Apesar de todos os esforços, os casos de agressão e feminicídio se repetem no estado e no país. A instituição detém um Núcleo de Violência Doméstica com atuação junto ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais (CAO Criminal/MPRJ), que recebe comunicações através da Ouvidoria (127), presta apoio às Promotorias de Justiça e promove ações e debates sobre a Lei Maria da Penha, a construção de redes para atenção à mulher e formas de atendimento direto às vítimas por serviços especializados.”